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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Tou Xim? Tou eu e os outros...

Olá Caros Bloguistas militantes (toca o telefone)

Tou Xim - digo eu, e diz-me uma voz feminina do outro lado... olhe não é para si, é para o meu marido...

E eu respondo - DESCULPE? !!!! Não é para mim? É para o seu marido?... deve ser engano.

E ela diz- Não é não, é que o meu marido, é agente da Judiciária, não me atende o telefone, já lhe telefonei para o telemóvel, e como ele está de serviço e sei que está agora a escutá-lo, e eu tenho um recado para lhe dar....

E eu que começo a dizer - ??? .. não a estou a ...

E ela, sem me deixa a acabar... diz logo - Oh Zé, antes de vires para casa, passa pela mercearia e compra 2 litros de leite - acrescenta - muito obrigado senhor por me deixar dar o recado... e desligou.

Ao que eu, faço um telefonema , para um amigo e digo-lhe- João. Oh pá sabes que eu, estou a ser escutado?

O outro, responde- a sério?

E eu digo- A sério, e já agora deixa-me mandar um recado... Oh Zé, quando saíres da mercearia, dá 2 toques de telemóvel para a tua esposa, para o amante poder sair tranquilamente e sem cenas lá da tua casa, se não ficas sem o tipo que te paga o plasma... e desliguei.

Quando o Procurador-Geral da República, o Sr. Dr. Pinto Monteiro, diz numa entrevista, não sei se tenho o telefone sob escuta pois oiço uns ruídos estranhos no telefone.

Quando a mesma figura do Estado, diz, que um funcionário o aconselhou, quando quisesse fazer um telefonema mais confidencial, se colocasse perto do aparelho de TV, para a comunicação ser segura.

Quando isto acontece Bloguistas Militantes, como é que nós ficamos? Em pânico, claro!

Vocês já viram, o que é ter os agentes da Judiciária ou outros a escutarem-nos?

Estão a imaginar... vós em pleno tribunal, o Procurador do Ministério Público a dizer: Então o Senhor no dia 23 de Novembro de 2007, foi ao Jumbo, e comprou 2 pacotes de leite, meio quilo de garoupa, meio kilo de carne picada, e uma dúzia de ovos, não foi?

Não faço a mínima ideia- dizemos nós.

Não ludibrie o tribunal, as escutas telefónicas claramente dizem que o senhor fez as compras dentro do Jumbo seguindo as orientações que a sua amiga lhe ia dando.

Não, assim não ... não pode ser... devemos estar em pânico.

Mais grave, o Inspector Geral da Administração Interna, diz que os Polícias andam como os Cow-boys, e os GNR nos vêem como inimigos, e que a culpa é das chefias.

Claro que as chefias vieram logo desmentir, tá-se mesmo a ver, o interessante é que os sindicatos de policia e dos guardas da GNR, confirmaram...

Não direi que algo vai mal na investigação portuguesa, direi antes que algo já não vai.

Que a justiça necessita de uma profunda reforma, já o sabemos.

E se calhar a profunda reforma, é tão simplesmente cumprir e por a funcionar as leis que nós temos.

Ou seja uma reforma que tenha em conta, os direitos, liberdades e garantias, que teoricamente a constituição os confere e que estamos protegidos.

O estado de direito está sob suspeita, os cidadãos estão sob vigilância, as reformas dos processos, as arbitrariedades são mais que muitas.

Não entendem? É natural, nem eu entendo ( e estou a estudar o assunto), ninguém entende.

Mas vou tentar explicar melhor, os doutos na matéria, dizem isto que eu acabei de escrever lá atrás, mais virgula menos virgula, e a maior parte e nós não entende.

A razão é simples, não entendemos porque nunca nenhum de nós estivemos envolvidos em nenhum processo de esfera penal ( ou pelo andar da carruagem, pensamos que não estamos)... e esperemos que nunca venhamos a estar....mas ao que parece não impede de sermos escutados na mesma.

Sabem, qualquer um de nós pode ser arguido, em qualquer processo, isso não significa que sejamos culpados, muito , mas muito longe disso.

Sser arguido num processo é simples, alguém diz que nós o injuriamos e apresenta queixa, e lá estamos nós Arguidos,mas não somos culpados, a menos que algum jornalista saiba... aí somos culpados e crucificados.

Mas, se não compreendemos isto, é porque nunca estivemos envolvidos em nenhum processo, porque se estivéssemos ou algum familiar já estivesse estado envolvido num processo, compreendíamos melhor as palavras do Sr. Procurador-Geral da Republica e do Inspector Geral da Administração Interna.

Já repararam que a nossa sociedade moderna, sob a capa de ser securitária e anti-terrorista, nos controla mais do que nós julgamos?

E por entidades que nem o sequer deveriam fazer, como é o caso dos bancos, experimentem ter um dívida, ou ter ordenados em atraso, e peçam um empréstimo bancário, e vêem logo o banco a recusar... pois vai buscar informação onde não pode nem deveria.

Basta saber um pouco mais de informática, e ter acesso a um PC, e se nós tivermos "Via Verde", sabem qual o nosso destino, a que horas passamos as portagens, se temos Multibanco e pagamos com o dito cujo, sabem em que hotel nos instalámos, em que restaurantes comemos, incluído o quê e com quem.

Levantaram dinheiro, sabem exactamente onde foi e a quantidade que foi.

Para além de que, existem câmaras de video-vigilância em demasiados lados... eles são nas lojas, nos táxis, tudo tem a fobia securitária.

E sentem-se mais seguros?

Não claro que não, espiados sim, seguros não.

O supra sumo dessa fobia, e que incentiva os países a usarem, são os EUA, que controlam tudo o que devem e o que não devem, quer por satélite, quer por agentes, quer na internet, quer com câmaras.

Tudo sob a capa do anti-terrorismo, controla tudo e todos, quer nas suas fronteiras internas quer em países estrangeiros, violando assim as normas e as soberanias desses países.

Mas que importa? Eles são os senhores do mundo.

Claro que a informação a mais... origina informação a mais e gestão a menos, e o terrorista que eles elegeram como bode expiatório, escapa entre os pingos da chuva e ainda se ri deles.

Mas nós não somos terroristas, por mais que os EUA nos queiram fazer crer, nós não o somos.

Somos cidadãos livres e de bons costumes, e queremos continuar a se-lo.

Mas isto cá no burgo, segue essa onda...

O corporativismo do Ministério Público e dos Juízes, na ânsia de investigar e de fazer cumprir a lei... mas não a justiça, deixa-nos a nós cidadãos, que já éramos a parte mais fraca... ainda mais enfraquecidos.

Quem tem dinheiro e é mediático, ou controla ou sabe controlar esses meios, aparece e parece pressionar a justiça, onde quer, como quer e quando quer, ajudando a dar um ar de descrédito ainda maior à justiça... logo à sociedade.

Vemos os presidentes dos clubes de futebol e presidentes e câmara, a darem entrevistas a jornais, alegando contra a legalidade das escutas que são alvo.

Pressionam os juízes, como quem pressiona os árbitros antes dos jogos, é tudo igual para eles, é o que se lê nos jornais, não estou a dar novidade nenhuma.

Bloguistas militantes, já viram o que era os juízes ou os Procuradores, acusarem os clubes de futebol pelas más compras e vendas, pelas tácticas usadas pelos treinadores em determinado jogo, ou das substituições que estes fizeram?

Era o bom e o bonito...

Os jornalistas, com a ganância de vender jornais e conquistarem os "shares" de audiência, andam cegos por notícias... por qualquer notícia... nem que a tenham de fabricar.

A coisa mais violada em Portugal, é o segredo de justiça, então nos chamados grandes casos nem se fala.

Sim, porque desiludam-se, assim como se compra árbitros e jogadores para ganhar jogos, assim como se compram construtores civis, também se compram jornalistas para fabricarem notícias, para comprar inocências e influenciar a opinião pública.

Causam assim instabilidade, incerteza, suscitam a dúvida, utilizam uma velha teoria comunista e sindicalista "Quanto pior, melhor".

Uma sociedade que não tem justiça justa, não é uma sociedade saudável.

Mas nós parecemos gostar deste folclore.

Está na altura de dizer :Basta!

O MP e os Juízes deveriam ver as suas carreiras reestruturadas, fazer como se faz lá fora nos países civilizados, ou fazer como era antes do 25 de Abril, as carreiras eram comuns.

Temos hoje em dia juízes tecnicamente capazes e competentes, mas emocional e sociologicamente imaturos, e quando digo imaturos falo sem experiência.

Julgar não é só aplicar a lei, também é fazê-lo com bom senso.

Quem pode confiar a 100% numa decisão que se quereria madura de uma juíza ou de um juiz de 25 anos de idade?

O julgamento é feito? É!...

A lei é correctamente aplicada? Sim!

Mas e os factores de aplicação da lei, foram tidos em conta? E a envolvência social? E os costumes e usos locais? Dúvido... ou melhor dizendo... foram tidos em conta segundo a experiência de alguém que conhece a nossa sociedade à meia dúzia de anos, mas que v~e alei cegamente.

E porque é que isto acontece?

Isto acontece, porque o PCP ( sim, ainda e sempre esses), logo depois do 25 de Abril, deram um cunho Soviético à nossa justiça, de modo a poderem-na controlar, principalmente o MP e alguns juízes, e colocaram nessa altura alguns (muitos) dos seus correlegionários, uma parte ainda lá anda... e em altos cargos não eleitos.

É incrível, como uma destruição feita á mais de 30 anos, ainda tem efeitos nefastos na nossa sociedade, eles não brincam em serviço.

Antes disto acontecer era assim: depois de saírem das faculdades de direito, os juristas, concorriam ao CEJ (centro de estudos judiciários), começavam por ser procuradores, eram colocados em comarcas pequenas, onde os casos não eram muito significativos.

Depois iam subindo para comarcas maiores, e também subiam na categoria, mais tarde passavam então a juízes, já com uma idade e com um saber de experiência feito.

Iam parar a comarcas mais pequenas, outra vez, mas desta vez como juízes, e daí iam subindo, quando julgavam já tinham tarimba.

Em muitos países julgo ser assim, e funciona, no nosso funcionou até 1975.

Agora o MP anda em competição com os Juízes, pois a formação é igual, é no CEJ, vai para juiz quem no final do curso ficar melhor classificado, e para MP quem não tem tão boas classificações, ou então escolheu.

É daí a origem da competição, mas enquanto estes dois competirem, a justiça é uma brincadeira para a vida das pessoas.

Por isso caro agente da judiciária Zé, não se esqueça do leite, nem do toque do telemóvel... olhe e faça baba de ... camelo.

Acorda Amor - Chico Buarque
Acorda amor
Eu tive um pesadelo agora
Sonhei que tinha gente lá fora
Batendo no portão, que aflição
Era a dura, numa muito escura viatura
Minha nossa santa criatura
Chame, chame, chame
Chame, chame o ladrão, chame o ladrão

Acorda amor
Não é mais pesadelo nada
Tem gente já no vão de escada
Fazendo confusão, que aflição
São os homens
E eu aqui parado de pijama
Eu não gosto de passar vexame
Chame, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão

Se eu demorar uns meses
Convém, às vezes, você sofrer
Mas depois de um ano eu não vindo
Ponha a roupa de domingo
E pode me esquecer

Acorda amor
Que o bicho é brabo e não sossega
Se você corre o bicho pega
Se fica não sei não
Atenção
Não demora
Dia desses chega a sua hora
Não discuta à toa não reclame
Clame, chame lá, chame, chame
Chame o ladrão, chame o ladrão, chame o ladrão

(Não esqueça a escova, o sabonete e o violão)


Ele há cargas fantásticas não há? Mas se nos escutam as comunicações, ainda perdemos a batalha...

2 comentários:

Gio disse...

A medida que comecei a ler o teu post ia pensando em comentarios a fazer, mas depois tu desenvolves tanto, tanto (atenção que não é uma critica, longe disso) que eu me perco nos comentarios, por isso digo apenas que gosto muito de te ler... sempre que posso passo por cá.

Anónimo disse...

Muito bem... gostei sobretudo da forma como apresentas com humor um assunto que não é de todo humorístico! Continua!