Número total de visualizações de páginas

Acerca de mim

Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Caros Bloguistas Militantes
Estamos um pouco fartos.
Um pouco é eufemismo.
Já não podemos ouvir falar em economia e nos seus fantasmas.
Temos uma das possíveis soluções, e sabemos que não há um só caminho.
Mas isso ficará para depois.
Hoje queremos homenagear um homem , que respira e transpira Geologia.
Falamos do Professor GALOPIM DE CARVALHO.
Dedicou e dedica os seus dias a esta nobre ciência, que nós também tanto gostamos, mas que não temos 1/10 do seu empenho. Enfim somos um pouco mais que curiosos.

Com a devida vénia transcrevemos o seu artigo que saiu na revista “arquitectura paisagista”, Nº 07, Junho a Dezembro de 2011



COM MUITAS RARAS EXCEPÇÕES o cidadão de Lisboa não conhece nem a natureza nem a história do chão que pisa e no qual assentam as fundações do prédio onde vive. Que sabe ele da sua história para trás do dia em que o malogrado Martim Moniz ficou entalado entre as portas do Castelo? Sabe, de facto, muito pouco. Mas ainda sabe menos de tudo o que aqui aconteceu antes do primeiro humano ter pisado estas terras, milhares de anos atrás e do que se passou nesta região há milhões de anos.

Não sabe que o lioz, ou seja, o calcário usado na construção dos Jerónimos, da Torre de Belém, do Palácio da Ajuda, e da maior parte da cantaria e estatuária locais, nasceu num mar muito pouco profundo, de águas mais quentes do que as que hoje banham as nossas praias no pino do verão. Nesse mar raso, há cerca de 95 milhões de anos, populações imensas de moluscos, a que chamamos rudistas, com conchas mais espessas do que as das ostras, cobriram os fundos e, proliferando uns sobre os outros, edificaram, camada após camada, os estratos de calcário que ainda podemos ver, por exemplo, na Avenida Calouste Gulbenkian, sob o aqueduto das Águas Livres, ou na base do bairro dos Sete Moínhos, à entrada de Lisboa pela ponte Duarte Pacheco.

Mas voltemos ao chão de Lisboa, dizendo que os seus habitantes também não sabem que a maior parte da pedra negra das velhas calçadas da cidade é basalto, ou seja, lava consolidada de vulcões que aqui estiveram em grande actividade há uns 70 milhões de anos. Ignoram que no tempo imenso que se seguiu a este mar de fogo e cinzas, toda esta região evoluiu num ambiente continental marcado pela secura do clima, propício a grandes enxurradas, como as que ainda se podem observar na Calçada de Carriche, nas camadas sedimentares repletas de calhaus arredondados (cuja idade remonta aos 40 milhões de anos) e à deposição de calcários lacustres como os de Alfornelos e da Brandoa. Não se dão conta que o mar aqui regressou depois, há cerca de 23 milhões de anos, e que aqui se gerou, de novo, um ambiente construtor de calcário, mas, desta vez, por um grupo de minúsculos invertebrados coloniais – os briozoários – à semelhança dos recifes de coral. Por último, não lhes ocorre que as diversas fábricas de cerâmica, hoje desactivadas ou demolidas, que aqui moldaram o barro extraído dos próprios locais, só existiram porque esse mar recuou e passou a haver nesta região, há pouco mais de uma dezena de milhões de anos, intensa deposição de sedimentos argilosos acumulados numa paisagem aplanada, vestibular de um grande rio, povoada por mastodontes (grandes herbívoros ancestrais dos elefantes), grandes crocodilos e muitos outros animais entretanto extintos, cujas ossadas desenterradas dos respectivos sedimentos são objecto de estudo dos paleontólogos.

Páginas desta história, milagrosamente conservadas na densa malha urbana, são visíveis em alguns raros afloramentos rochosos nas ruas da capital. Porque escaparam ao camartelo ou porque não foram encobertos pelo betão ou pelo asfalto, são testemunhos valiosos que aqui nos ficaram desses tempos antigos. À semelhança de um qualquer património construído, aceite como um monumento, também certas ocorrências geológicas devem ser entendidas como tal e, assim, merecer-nos a atenção e o cuidado de os legarmos aos vindouros como documentos de um património natural que a civilização, o progresso e, também, a ignorância foram destruindo ou soterrando.

Após alguns anos de estagnação posteriores à presidência, na Autarquia, de João Soares e à devotada acção do vereador Rui Godinho na defesa e valorização dos geomonumentos de Lisboa, a actual vereação retomou esse trabalho, estando neste momento a concluir o que havia sido iniciado e a estender esta mesma preocupação a sítios entretanto referenciados por funcionários com preparação geológica adequada.

Bem-hajam por isso!


Galopim de Carvalho


A Brigada adora GEOLOGIA, e em

 homenagem ao Professor Galopim

dá o seu grito colectivo

A Galope! A Galope! A Galope!  
Á Carga



Pedra Filosofal - António Gedeão
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

In Movimento Perpétuo, 1956


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Caros Bloguistas Militantes

Já não escrevo no blogue há algum tempo.
Verifico com prazer que ele ainda é visitado.
Dei-me conta que o Governo anda a ler o meu blogue., pois está a adoptar parte das ideias que eu aqui coloquei.
Essa é uma das razões pelas quais deixei de escrever, porque a matéria que eles encontram para se inspirar é tanta, que depois demasiada informação eles confundiam-se.
Mas achei estranho o facto do Governo ter lido o meu blogue e não colocar as ideias todas em prática.
Se calhar é por isso que não vamos ver resultados práticos positivos daquilo que eu proponho.
E como já tenho dito a maior parte das coisas que eu proponho, não são da minha autoria, são inspiradas em ideias já existentes.
Como o Governo anda desnorteado, e para que as ideias resultem vou voltar a escrever, pois eu também estou a ser afectado porque  o Governo só se lembrou de implementar parte das ideias.
Portanto como já ouvi alguém dizer "ME AGUARDEM"