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Acerca de mim

Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

isto anda tudo ligado

Caros Bloguistas Militantes

Porque se queixam os cidadãos que a democracia não funciona?

Porque é generalizado o descrédito pelos cidadãos sobre a política?

Porque é que em tempo de crise alguns clamam em surdina por ditadores?

A Democracia e as suas práticas deveriam ser ensinadas a todos desde pequeninos, e relembrada frequentemente aos mais velhos.

Numa Républica a Democracia dá-nos direitos e deveres.

Temos o direito de ser livres e de nos expressarmos, mas também temos o dever de preservar e lutar por essa Liberdade e pugnar para que a livre expressão se mantenha.

Quando falo em Liberdade e livre expressão, não me refiro a libertinagem, não falo em abuso. A liberdade e a livre expressão tem regras, tem balizas, tem normas, está longe de ser uma liberdade libertina.

Pelo contrário, devemos ter respeito pelos outros, bom senso, como refere o nosso código civil dever-nos-emos comportar com o bom descirnimento de um "pater familias".

E isto tudo na medida certa para não cercear a imaginação, o livre pensamento, e principalmente o manter sanamente o funcioamento de uma democracia republicana plena.

Difícil? É com toda a certeza!

Trabalhoso? Sem dúvida alguma.

Mas o preço da Liberdade e da democracia, é a eterna vigilância, como alguém disse outrora, e que eu adaptei para aqui.

Os cidadãos para exercerem o seu direito de se queixarem, deveriam ter cumprido antes outros deveres para com a Democracia.

Eu não estou a dizer que não se queixem, só estou a afirmar que talvez as queixas surgem por não cumprimento dos deveres como cidadãos.

É a lei da física apresentada com argumento "ad contrario" acção-reacção, neste caso uma omissão-inconsequência.

A Democracia tem de ser participativa e activa, permanentemente, tem as suas exigências vivermos num regime destes.

Constata-se que em Portugal temos tido em média 35%, na última eleição foi 39,20%.

Mas não é a última eleição que me interessa, interessa-me esta, as anteriores e as futuras, é o princípio que aqui estou a discutir, o facto de recorrer aos dados da última eleição é meramente instrumental.

Aproximadamente somos 12 milhões, recenseados ou seja que podem votar sao cerca de 8.750.000 de cidadãos.

Votaram aproximadamente 5.700.000 cidadãos, 39,20% não se deram ao trabalho sequer de lá por os pés, o que dá a quantidade de 3.072.000 de cidadãos que não votaram.

Os votos em branco e nulos prefizeram 2,93% que dá aproximadamente 170.000 votos, tudo somado dá 3.240.000 milhões cujo voto ou participação não contou (embora eu tenha uma opinião muito própria sobre os votos brancos, que agora não a vou colocar aqui).

Os últimos números, prometo, para um partido ter maioria tem de ter aproximandamente 40% dos votos isto é válido para este e para outros governos, ou seja aproximadamente segundo a votação que se teve este governo (leia-se eleição de deputados) precisou de 2.500.000 milhões de votos para ganhar.

Por isso caros bloguistas militantes, ouvimos deste e outros governos após metade da legislatura, ou desta ou de outras câmaras, ou desta ou de outras juntas "EU NÃO VOTEI NELES".

Pois não, caros bloguistas militantes, têm toda a razão, não votaram, com este baixo nível de participação democrática, fazemos que um governo que tenha a maioria absoluta dos votos, seja eleito com uma percentagem de 28,5% da população votante portuguesa.

É natural que um em cada quatro portugueses, não tenha votado neste ou noutro qualquer governo ou sequer tenha votado.

s cidadãos alhearam-se da Democracia da Républica e estão a colocar com o seu alheamento a liberdade em sério risco, está a deixar que a Liberdade seja condicionada só por alguns, mas isso qeu interessa?

O Benfica ganhou e isso é que é importante.

Isto anda tudo ligado -Sérgio Godinho

Ainda não vi
ainda não
a impressionante mariposa
a pretendente pesarosa
a tarde morna e vagarosa
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

Ainda não vi
ainda não
o riso que tudo desvenda
o reverendo e a reverenda
o leão ferido e a sua senda
a face clara da possível confusão

Ainda não vi a hora H
ainda não vi a mão em V
ainda não vi o dia D
em que a guerra final começará

Quando eu nascer para a semana ó mana
quando eu nascer para a semana
hei-de ouvir o teu parecer
hás-de me dizer
se é cada coisa para seu lado
ou se isto anda tudo ligado

Ainda não vi
ainda não
as artimanhas da saudade
a caravana na cidade
a incorruptibilidade
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

Ainda não vi
ainda não
o abraço à porta da taberna
a ideológica lanterna
a mão que avança para a perna
a face clara da possível confusão

Ainda não vi a hora H
ainda não vi a mão em V
ainda não vi o dia D
em que a guerra final começará

Quando eu nascer para a semana ó mana
quando eu nascer para a semana
hei-de ouvir o teu parecer
hás-de me dizer
se é cada coisa para seu lado
ou se isto anda tudo ligado

Ainda não vi
ainda não
a grossa lágrima ao espelho
o grande chefe e o seu grupelho
o azul-turquesa e o vermelho
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ? NA NOSSA BRIGADA OS CHEFES SÃO ELEITOS DEMOCRATICAMENTE, MAS SÓ ELEGEMOS OS MELHORES.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Na vida real

Caros bloguistas militantes

Vivemos num país que parece que tudo acontece em primeiro mão.

Ouvimos os políticos a falar, ouvimos os sociólogos a falar, ouvimos a fala do homem comum, e parece que somos o centro do mundo.

Até dá uma sensação de isolacionismo.

Será que ainda não descartámos o orgulhosamente sós, e este ainda perdura?

É que temos tantas certezas absolutas que dá a sensação que nada se faz e nada se passa nos outros países, parece que tudo aqui acontece em primeira mão.

Será que fomos nós que fomos ao espaço, como que uma extensão de termos descoberto os caminhospelo mar?

Parece que as novas ideias, as ideias peregrinas são só nossas e partem daqui... se acertármos tudo bem, se não acertármos é um desastre

Porque será que não abrimos os olhos? Porque será que não podemos copiar e nem copiamos os bons exemplos e experiências das políticas e sociedades dos outros países?

Tenho uma ideia, o que o pessoal precisa é de viajar, ver o estrangeiro, ver o que se faz lá fora.

Talvez a nossa atitude mude.

É certo que temos algumas ideias originais, como foi o caso da Via verde e outros similares, mas não são todos, nem sequer a grande maioria.

Temos boas ideias, é verdade, mas não enfiemos a cabeça na areia, olhemos para os outros bons exemplos.

Na Vida Real- Sérgio Godinho

Na vida real as aparências
estão do outro lado do espelho
na vida real não me assemelho
à simulação das evidências

ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS NÃO HÁ? MAS A BRIGADA DE VEZ EM QUANDO TEM DE IR FAZER UMAS RECICLAGENS AO ESTRANGEIRO.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Que há-de ser de nós?

Caros bloguistas Militantes
Ainda se lembram dos fogos florestais? Foram e são uma calamidade.

Quando as florestas ardem, não colocamos só pessoas e bens em perigo, mas também, e principalmente, a biodiversidade.

Que há-de ser de nós, com esta atitude desabrida para com a biodeversidade?

Quando ardem as florestas, quado arde o verde, arde a esperança de uma nova vida, destroiem-se zona ecológicas, a fauna, a flora, poluem-se a atmosfera, contaminamos cursos de água e lençóis freáticos, os solos ficam sujeitos a uma grande erosão, porque não teem lá as árvores e as plantas para os susterem.

Quando arde uma zona verde, clamamos aos Deuses, como é que isto foi acontecer, quem não cuidou de cuidar a propriedade, que bárbaros e vis assassinos atearam tal inferno?

Preocupamo-nos e bem com as vidas humanas que estão em risco, com os nossos haveres, que há-e ser de nós, agora e no futuro?

Mas a verdade é que nos desleixamos, ao sairmos do campo para a cidade, deixámos uma importante parte do planeta abandonado, sem ser cuidado, e é com isso que nos devemos também preocupar, esta nossa atitude migratória teve e tem feitos nefastos a longo prazo.

Não fazemos uma reflorestação suficiente e eficiente, substituímos o verde pelo betão, nas zonas betonadas não há lugar para o verde, e mesmo que conseguissemos reflorestar em suficiencia, um só pinheiro leva 5 anos a atingir a idade adulta, outras espécies levam muito mais tempo.

Por isso quantos anos levará para recompor a 100% a fauna e a flora? isto se conseguirmos recompor a 100%... pois há espécies que se perderam para sempre... e as espécies interagem e são essenciais umas para as outras, com esta perda... que há-de ser de nós?

Um incêndio florestal é uma catátrofe, a curto, médio e longo prazo, prejuízos materiais sociais, ecológicos e climatéricos.

Como o fenómeno dos incêndios florestais aliado à desflorestação não se passa só em Portugal, seguido na maior parte dos páises pela fúria construtiva dos "patos bravos", queixamo-nos depois que temos calor em tempo de frio, frio em tempo de calor... que há-de ser de nós?

Depois admiramo-nos que temos cheias em locais onde antes nunca tal "se houvera visto".

Os fogos e verão, trazem as cheias de inverno, as cheias de inverno trazem a falta de água em todas as estações, parece um paradoxo mas não é.

Os depósitos de água subterrâneos são chamados os lençóis freáticos, estes são alimentados entre outros pelas águas da chuva, mas para serem alimentados, não pode haver demasiada escorrência.

Por escorrência entenda-se a água que por precipitação cai num monte/montanha, e escorre para o vale, ora se esta água não tiver barreiras à sua passagem vai escorrer livremente.

Se esta água não for retida não alimenta os lençóis freáticos. Então vamos sofrer de falta de água... que há-de ser e nós?

É aqui que as plantas e as árvores tem o seu papel fundamental, retem a água, que vai escorrer para os lençóis freáticos, impedidndo assim que a maioria da água desça livremente o monte/montanha para o vale, impedindo assim que arraste consigo lama e pedras, prevenindo assim cheias como as de ontem 18/2/2008.

Mas com este tipo de atitude passiva , de não querermos saber, de não reflorestarmos, de construirmos em leitos de cheia, estamos a ir pelo bom caminho ... e segue... e então que há-de ser de nós.

Que há-de ser de nós - Letra Sérgio Godinho
Já viajámos de ilhas em ilhas

já mordemos fruta ao relento
repartindo esperanças e mágoas
por tudo o que é vento

Já ansiámos corpos ausentes
como um rio anseia p´la foz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser do mais longo beijo
que nos fez trocar de morada
dissipar-se-á como tudo em nada?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já avivámos brasas molhadas
no caudal da lágrima vã
e flutuando, a lua nos trouxe
à luz da manhã

Reencontrámos lágrimas e riso
demos tempo ao tempo veloz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós

Que há-de ser da mais longa carta
que se abriu, peito alvoroçado
devolver-se-á: «endereço errado?»

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Já enchemos praças e ruas
já invocámos dias mais justos
e as estátuas foram de carne
e de vidro os bustos

Já cantámos tantos presságios
pondo o fogo e a chuva na voz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?

Que há-de ser da longa batalha
que nos fez partir à aventura?
que será, que foi
quanto é, quanto dura?

Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós

Ele há cargas fantásticas não há? Mas não investimos quando os cavalos ficam atolados.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A gripe das aves

Olá Caros Bloguistas Militantes

Como em tudo na vida, existem coisas que me causam alguma preplexidade e mesmo alguma confusão.

Na conversa a semana passada com um amigo, que pertence ao mundo da medicina, veio à baila, a gripe das aves e dizia-me ele:

Reflecte nisto: Se a gripe é das aves porque é que em vez de se abaterem as aves não as vacinamos?

Ou melhor, se a gripe é das aves, se o virus da estirpe H5, sejam quais forem as suas variantes, estão nas aves, e se às aves afectam, então porque é que se fazem vacinas para os humanos?

A lógica cientifica, diz-nos que deveríamos ir ao foco do problema, e deveríamos vacinar as aves e se acaso se achar tarefa impossível vacinar aves selvagens, já foram inventadas vacinas e hormonas (montes delas e que são dadas todos os dias) para as aves de cativeiro/domésticas, nessas pelo menos conseguiríamos.

Através dos meios de comunicação social, os médicos, ou melhor as autoridades médicas americanas (pois onde será que estão os lobies das farmaceuticas?) falam em Pandemia, ou seja uma epidemia generalisada, mas o facto real, é que em todo o mundo desde que a doença foi descoberta, ou melhor anúnciada, foram contaminados 200 Seres Humanos .

Segundo os padrões da OMS, 200 seres humanos contaminados, está muito longe de ser uma epidemia quanto mais uma pandemia.

Ou seja esta anúciada gripe das aves, é muito menos grave que uma vulgar gripe, e essa mata em todo o mundo mais que 200 pessoas.

Alguém com algum interesse escondido, lançou o alarmismo, aquele tipo de alarmismo que já tinhamos visto acontecer em filmes e em livros de ficção cientifica, mas daí até ser levado á realidade...

E tivemos todo o mundo alarmado, a não querer consuimir aves, a liquidar milhares delas e a ser induzido sublinarmente a clamar pela cura ou por uma vacina para deblar a anúnciada gripe das aves.

Se cruzarmos esta informação com a informação económico-financeira, descobrimos este facto interessante: o laboratório/empresa farmacêutica que diz ter descoberto a vacina para a gripe das aves, lucrou 700 milhões só no ano em que a gripe foi anúnciada ao mundo.

Além de ter ficado sem stock, pois todos os países do mundo querem uma reserva para si, vejam lá quanto não vão eles lucrar mais.

Bom se relacionamos ou não isto com o anúncio de uma pandemia que não o é... fica ao critério de cada um .

Outra pergunta deve ser feita, andamos aos anos para descobrir a cura ou vacina para a SIDA e para outras doenças que matam milhares ou milhões de pessoas, e esta farmacêutica em poucas semanas consegue, entre o tempo que é anunciada a Doença ao mundo e a descoberta de um anti-virus/vacina, um tempo record na descoberta da vacina, não é estranho?

Por pura lógica, se existe uma doença num animal, o que um laboratório faz é tentar inocular a vacina nesse animal, mas a lógica aqui é inocular a vacina aos humanos... mas eu tenho a certeza que a resposta para mim dessa empresa farmaceutica tem 700 milhões de razões...e a minha pergunta é só uma.

Pois é as aves não tem dinheiro... logo não pagam, se não pagam não há lucro...

E a pensar que existem para aí doenças que matam todos os dias centenas de inocentes que tal como as aves não tem dinheiro paracomprar vacinas, por isso não se dedicam eles à descoberta de uma cura.

O ser humano tem razões que a própria razão desconhece.

Somos livres (uma gaivota voava voava) Letra e música: Ermelinda Duarte

Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero;
fomos os bobos-do-rei
mastigando desespero.

Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.

Uma gaivota voava, voava,
assas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres,
somos livres de voar.

Uma papoila crescia, crescia,
grito vermelho
num campo cualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.

Uma criança dizia, dizia
"quando for grande
não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.

Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista
do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.
Ele há cargas fantásticas não há? Mas pelo sim pelo não o almoço da brigada vai ser só uvas, só esperamos que não tenham filoxera.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Bom dia companheiro

Caros bloguistas militantes

Continuo a passar quase todos os dias ali por Alcântara (Lisboa),a caminho do comboio....

Sim, vou para o comboio, porque sou fã dos acordeonistas indianos (ver o post Guantanamera 30/7/2007), e por 1,30€, é um espectáculo barato...

Mas, dizia eu, que passo todos os dias ali em Alcântara, por um Mendigo/Sem abrigo de barbas brancas.

Ele poderia fazer de Pai Natal ou de outra personagem qualquer... mas optou por ser visto como sem abrigo, e assim deve continuar por mais uns tempos.

Não sei se é mais um "louco" de Lisboa, se os loucos somos nós, se é alguém cuja fortuna da vida o abandonou á sorte das ruas, pois realmente não sei.

Não é o único nesta cidade desumanizada, temos algumas das nossas crianças a fazerem de mendigos, a pedir esmola com cães, etc... E essas são as que se vêem, ou melhor as que dão mais nas vistas, quantos não tem lugar para ficar até os pais virem dos empregos?

Sim essas e as outras que teem a escola na Rua da Vida, admiramo-nos depois que cada vez sejamos mais desumanos, mais alheios, mais vingativos, mais contra o sistema.

Não olhamos para as evidências... ( sublinhe-se que cada vez mais este caso das crianças "abandonadas" vão sendo raros)... já os dos sem abrigo... é que não .

Voltando à "personagem" tem ali um apartamento na rua, na rua por onde a gente passa, passa sem pressa, com um destino marcado pela hora de chegar ao emprego.

A rua é mesmo dele, ele vive lá, e tem como vizinhos, o vento, o sol e a chuva, o calor e o frio, são vizinhos temporais...

Passo por ele quase todos os dias e todos os dias... e neste ou quase, lá está ele sempre.

Está ali, na sua, na boa, na dele.

Sujo, cabelos desgrenhados, vestido com a roupa que despeitamos porque mais a não usamos.

Mas lá está ele, assim como no local de emprego estão os colegas de trabalho .

É uma personagem que me habituei a ver, nos dias que lá passo e vou trabalhar ou para a praia ou para as noites (pois o trajecto da noite confunde-se com o trajecto para o comboio..., e ás vezes até a mim me confundo...).

Pois, todos os dias, mesmo com pressa, lhes dou os bons dias, e geralmente ele me retribui, levantando a mão e dizendo "Bom Dia!". E ele responde: Bom dia Companheiro.

Diferente, um sem abrigo considerar-me companheiro... ou não tão diferente assim, um ser humano considerar outro ser humano companheiro...

Dá-me a impressão que ele chegou ao estágio que muitos seres humanos nunca chegaras ou chegarão, pois se isso fosse possível aqule ideal de paz rapidamente seria alcançado.

Engraçado, se der os bons dias a outrem, não me retornam o cumprimento, mas ele sim.

Se fora no campo, no interior, nas montanhas, levar-me-iam a mal (e com razão) o facto de não cumprimentar ninguém, e eu (e com razão) levaria a mal não ser retribuído com o cumprimento.

A economia, fez-nos mal a humildade, é como uma humidade que se nos entranha na consciência de cosmopolitas, que nos faz realçar a indiferença.

Pois comigo não contem para isso.

Boa noite para si bloguista militante e boa noite para o sem abrigo que cumprimento (ele bem precisa de uma boa noite pois hoje faz frio).

Loucos De Lisboa
Parava no café quando eu lá estava
Na voz tinha o talento dos pedintes
Entre um cigarro e outro lá cravava
a bica, ao melhor dos seus ouvintes

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia
Num gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao partir agradecia

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar
A Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar

Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal

Compramos a entrada p'ra sessão
Pra ver tal personagem no écran
O rosto maltratado era a razão
não aparecer pela manhã

Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia
Deixamos de tributo a quem lá pára
Um louco a fazer-lhe companhia

E sempre a mesma posse o mesmo olhar
De quem não mede os dias que vagueam
Sentado la continua a cravar
Beijinhos as meninas que passeiam.

Ele há cargas fantásticas, não há? E existem companheiros que nos fazem pensar quando carregamos.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Ponte qual ponte?

Olá Caros Bloguistas Militantes

Ontem foi dia de carnaval... perdão... ontem foi o único dia que não foi Carnaval neste nosso Portugal, sim porque isto não é um país é uma paródia pegada.

Começa no Sr. Bastonário da O.A., passamos pelo Sr. Ex-Bastonário da O.A. e acabamos no mais humilde dos Portugueses (sim porque alguém tem de pagar o elevador da glória de alguns)

Já repararam que este é um país de importância para os EX? Ele é o EX-ministro, o ex-Bastonário, o ex-marido, só nunca vejo o ex-pobre, o ex-contribunte, o ex-pedinte.

Bom mas a essas guerras da justiça um dia destes, se me lembrar volto a elas.

Hoje vou contar uma anedota do tempo em que a cortina de ferro ainda não tinha enferrujado.

O Ministro das obras publicas da Jugoslávia visitou na Russia no Kremlin o seu congénere.

E o Ministro da Russia, convida o Ministro da Jugoslávia a almoçar em sua casa:

- Camarada, tem aqui uma bela casa, grande, para um Ministro do proletáriado, a casa é faustosamente proletária- Disse irónicamente o Jugoslavo.

- Camarada,é uma casa modesta, são só 10 assoalhadas e 4 casas de banho- Disse o Russo.

- Sim, camarada, pergunto-me como conseguiu? -perguntou o Jugoslavo

- Camarada chegue aqui à Janela- Disse o Russo- Está a ver aquela ponte sobre o rio Dniepre?

- Sim, estou. - Disse o Jugoslavo.

-Pois era foi orçamentada em 10 milhões e só custou 6 milhões, o resto foi gasto nesta modesta casa-Disse o Russo

Passados, 4 meses, o Ministro da Russia, retribui ao seu homologo Jugoslavo a visita, e este convidou o Russo a visitar a sua casa.

Assim que entra diz o Russo- O Camarada, dizia que a minha casa era faustosamente proletária, mas a sua é três vezes maior que a minha.

E o Jugoslavo diz-Só tem 6 casas de banho e 20 assolhadas, nada de mais, quer saber como foi?

-Claro- Diz o Russo

-Chegue aqui à janela, está a ver aquela ponte, sobre o Danúbio?- Diz o Jugoslavo.

E diz o Russo -Ponte? Qual ponte?

Pois é caros Bloguistas Militantes,

Não há nada como ser ministro das obras públicas e atribuir o exclusivo das travessias do Rio Tejo entre Vila Franca de Xira e a foz do Tejoa uma única empresa chamada Lusoponte, e depois de deixar o cargo , ser nomeado Presidente dessa empresa.

Atou assim as mãos de qualquer governo vindouro, em termos de negociação, impõe assim as suas portagens, tal como João Pequeno quiz impor no início a passagem a Robin Wood, acresce que qualquer futura ponte só poderia ser feita pela Lusoponte.

Temos assim um Ministro que negociou um contrato com a Lusoponte e é hoje o seu presidente e que armadilhou a favor da empresa e a desfavor do Estado (leia-se de todos nós) que vai renogociar o contrato com o actual Ministro.

Quando o bastonário da Ordem dos Advogados, berra a todos que existe corrupção que todos conhecemos e ninguém age, não diz mais que aquilo que todos passivamente sabemos e acenamos.

Não existem investigações para os grandes? Existirá mesmo uma Justiça forte para os fracos e uma fraca para os fortes?

Será que as corporações só se importam com o seu umbigo e as guerras internas de poder?

Será?

O que havemos de fazer? Re-si-gnar-mo-nos está fora da equação.

Jafu'Mega in "Ribeira"

A Ponte é uma passagem
Para a outra margem
Desafio
Pairando sobre o Rio
A Ponte é uma miragem
(só tenho pena de não ter a letra toda, se alguém souber...)

Ele há cargas fantásticas, não há? Mas quando nos corrompem a Brigada perdemos as guerras todas.