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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

como à espera do comboio, na paragem do autocarro

Olá caros bloguistas militantes

A saga imperial dos transportes públicos, sempre presente, vai dando as suas pérolas.

Aqui para nós, que todos nos ouvem... tenho a impressão que os Guarda-Freios e os Motoristas estão a fazer de propósito e andar mais devagar com os transportes públicos.

Noto em particular e principalmente na carreira 15 de eléctricos (Praça da figueira-Algés), que teóricamente possui os chamados eléctricos rápidos.

Uma pessoa usa os transpores para se deslocar, e em princípio tem pressa.

Se não, ia a pé, que é agradável e não temos de levar com o cheiro a raposinho... e outras inconveniências, que nos são impostas, devido a sermos mal servidos de transportes públicos.

Mas, na senda de andarem sempre ao arrepio do público que deveriam servir, os senhores motoristas dos transportes públicos, ultimamente teimam em andar devagarinho, e quando digo devagarinho refiro a menos 10 km de velocidade máxima recomendada.

Porque se andassem a essa velocidade, eu não perdia todos os dias o comboio, pois nunca chego a horas à gare, e quem diz o comboio diz outros compromissos.

E lá fico, mais 20 minutos à espera, tudo isto porque o motorista do 29 Autocarro (Algés- Bairro Padre Cruz) ou o guarda-freio do eléctrico 15, resolvem ir a pisar ovos.

E porquê?

Ou porque vão a conversar, ou porque vão ao telemóvel, ou porque vão render ou porque simplesmente lhes apetece.

Isto, para não falar da rendição, que cada vez que acontece, perdem quase meia hora a passar o turno.

Eu sei, caros bloguistas, que não acontece isto só em Lisboa, e o meu "mal" é um "mal" comum.

Esta gente que também é trabalhadora, ou cumpre ordens ou goza connosco, e eu não sei para qual dos lados me hei-de inclinar.

Esquecem-se que numa cidade cosmopolita, como é Lisboa, como é o Porto, como é Coimbra, Faro, etc... até ao Domingo se trabalha.

Até no Domingo e nos feriados temos pressa.

As empresas já acabaram com uma série de regalias, entre elas:

  • o bilhete operário, que permitia a quem entrasse até ás 7 da manhã poupar muito no preço do bilhete, que tinha uma redução bastante significativa.
  • O passe semestral, em que também poupavamos dinheiro e tínhamos passe para 6 meses.
  • Os bilhetes por zona, e não a actual tarifa única com agente único, em que por zona pagávamos só o percuro que andávamos e não a totalidade como acontece agora.

Já existe muita gente que não utiliza os transportes públicos, e com esta política de "cativar" clientes, eles estão a "matar" o sistema de transportes.

Muitos de nós, não vamos bem disposto para o trabalho, para ter cargas pesadas e salários que não merecemos, devido a serem baixos.

Levamos com estes números logo de manhã, insistem em fazer-nos lembrar que não podemos entrar bem dispostos, e então carregam-nos com atrasos e com o passo de caracol.

E só refiro ao de leve, que andamos a "levar" com autocarros em segunda mão, autocarros "recauchutados" que já não servem para outros países.

Estou certo que as empresas de transportes preferem chamá-los de "semi-novos"... é um eufemismo...

Se não servem para outros países, porque é que haveriam de servir para o nosso e não me refiro unicamente a uma companhia de transportes, refiro-me a todas.

Lá fora, os transportes são fiscalizados, e só podem andar a circular entre 7 a 10 anos, e isto na legislação mais permissiva.

Cá, levamos com o "refugo semi-novo".

Se os Polícias, pagassem nos transportes públicos e não andassem de borla, tenho a certeza que as multas dos transportes e as inspecções dos transportes públicos eram muito menos permissivas.

Qualquer dia falo dos táxis... que isso dá pano para mangas, mas fica para outro post.

Mas isto não pode continuar assim, um país de atrasos e de alguns atrasados.

O que devemos fazer?

Protestar oralmente, não vale a pena, por escrito... contínua tudo na mesma... temos decididamente fazer algo.

Ainda não descobri bem o quê... mas temos de fazer algo... mas o quê?

Aceitamos sugestões.

Lá Em Baixo - Sérgio Godinho

Lá em baixo ainda anda gente
apesar de ser tão noite
há quem tema a madrugada
e no escuro se afoite
há quem durma tão cansado
nem um beijo os estremece
de manhã acordarão
para o que não lhes apetece
e há quem imite os lobos
embora imitando gente
há quem lute
e ao lutar
veja o mundo a andar para a frente

E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro

Lá em baixo ainda anda gente
apesar de ser tão tarde
há quem cresça no escuro
e do dia se resguarde
há quem corra sem ter braços
para os braços que os aceitam
e seus braços juntos crescem
e entrelaçados se deitam
e a manhã traz outros braços
também juntos de outra forma
de quem luta e ao lutar
a si mesmo se transforma

E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro


Lá em baixo ainda há quem passe
e um sonho que anda à solta
vem bater à minha porta
diz a senha da revolta
vou plantá-lo e pô-lo ao sol
até que se recomponha
é um sonho que acordado
vale bem quem ele sonha
lá em baixo, até já disse
que é que tem a ver comigo
e no entanto sobressalto
se me batem ao postigo

E tu Maria diz-me onde andas tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro

Lá em baixo ainda anda gente
e uma cara desconhecida
vai abrindo no escuro
uma luz como uma ferida
como a luz que corre atrás
da corrida de um cometa
e vejo vales e valados
no sopé duma valeta
lá em baixo ainda anda gente
e uma cara conhecida
vai ateando noite fora
um incêndio na avenida

És tu Maria, eu sei, já sei, és tu
qual de nós faltou hoje ao rendez-vous
qual de nós viu a noite
até ser já quase de dia
é tarde, Maria
toda a gente passou horas
em que andou desencontrado
como à espera do comboio
na paragem do autocarro

Ele há cargas fantásticas, não há? Mas convém ser a cavalo e não de burro.

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