Número total de visualizações de páginas

Acerca de mim

Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Ande de transportes públicos

Caros Bloguistas Militantes

Estou convencido que o nosso primeiro ministro, Sr. José Sócrates, lê este blogue.

Não digo isto levianamente... não... tenho a certeza absoluta.

O que torna isto num blogue oficial do governo... o que já não sei é se gosto... a menos que haja verbas do orçamento alocadas para mim ...eheheeh.

"Postei" anteontem, um post sobre a saúde, com uma série de sugestões.

Ora o nosso primeiro ministro, estava sem ideias, e pensava que novas medidas irei eu apresentar para o debate do orçamento de ontem , pensou ele ... e disse , deixa cá ir "à carga da brigada ligeira" que lá deve haver umas ideias catitas.

Se bem pensou, melhor o fez, e , ontem na A.R. (Assembleia da República) anunciou medidas governamentais para os dentes. ... o que revela que acolheu as ideias do blogue.

Não, ele não procedeu a uma standarização do tamanho dos dentes que todos temos de ter... mas anunciou uma medida que fazia falta e que referi no meu último post.

Agora as grávidas, as crianças e os idosos serão comparticipados nos dentistas pelo Estado.... já é um começo... e até que enfim... ainda falta a restante população, mas já é um começo...

Se soubesse já tinha dito mais cedo ... eheheheh

Bom, tirando este pequeno "fait divers", vamos ao cerne da questão...

Sim porque se fossemos ao "Cherne" da questão teríamos de ir a Bruxelas ... ok .. é um trocadilho mas não o vou explicar... se quiserem deixem um post que eu explico...

Ande de transportes públicos! - dizem-nos eles com afã...

Leia-se eles como sendo o Estado... os operadores de transportes públicos, os ambientalistas e aqueles (a maior parte dos povos europeus) que já estão na 3ª geração do automóvel.

Eu já estou na 4ª geração que para mim o transporte deveria ser como na Star Treck através de teletransporte... como eu sonho como isso... nunca chegava atrasado... talvez com o cabelo molhado mas atrasado não...

Em termos mundiais... bom em termos Europeus, para ser mais realista, essencialmente é assim :

A 1ª geração automóvel, retrocede ao final do SEC.XIX e até meio do SEC.XX, em que ter um carro era um luxo, não era para todas as bolsas.

A 2ª Geração automóvel, para a maior parte dos países europeus, note-se, teve o seu auge entre 1960 e 1990.

Altura em que o automóvel se massificou, todos queriam ter um ... dava status ... e empenharam-se, desunharam-se, para ter o seu bólide.

Desculpas, eram várias e variadas, ou que era necessário para o trabalho, ou porque o vizinho tinha um, ou porque a alguém na família via na tv gostava e sonhava com um , etc...

E assim se originou e ainda origina grandes filas de trânsito, acidentes, engarrafamentos, estradas que impermeabilizam o solo, que desmatam e desflorestam, etc... e onde perdemos preciosas horas da nossa vida atrás uns dos outros.

E a 3ª Geração, em que o automóvel é mais para os fins de semana e férias, deixou de ser massificado, já não se leva o dito cujo para o trabalho, e opta-se pelos transportes públicos... ( que naqueles países são eficazes, confortáveis, bem planificados, são frequentes, e chegam ao destino que queremos).

Mas caros Bloguistas, apesar dos apelos de "ande transportes públicos", o certo é que atravessamos uma época em que o Capitalismo Selvagem está a ser isso mesmo... selvagem.

E contraria todos estes argumentos dos que a isso apelam, contraria os que pelo ambiente lutam e espezinham os que por uma vida melhor por nós lutaram e tombaram.

No tempo em que existiam 2 blocos, existia um temor, se algum passo em falso era dado, poderia mudar a sociedade ideologicamente, alterando assim o equílibrio mundial.

Existiam ideias e ideais, posições e bandeiras a defender, como a democracia, a liberdade... entre outros e obrigavam o Capitalismo a ser mais "Social", mais maleável, as desigualdades estavam menos vincadas.

Não é menos verdade que os tempos da guerra fria, eram tempos de guerra suja, de acordos secretos, de manobras dilatórias , perscutórias e enganadoras, mas o certo, é que mesmo com esse incerto nós sabíamos com que contávamos.

Exactamente, é isso mesmo, sabíamos com o que contávamos, estávamos (e continuamos a estar) sob uma ameaça nuclear, mas sabíamos os valores da sociedade... mesmo esta evoluindo lentamente.

Os fantasmas da industrialização dos finais do SEC XIX, já tinham passado, a sociedade teve tempo de se adaptar, os seres humanos já não temiam as máquinas , e apreenderam a "conviver" com elas, com o lucro e com o progresso.

A sociedade estava ocupada e preocupada, fazia a sua vidinha, as coisas fluiam e evoluiam, o desemprego, esse, era flutuante, mas controlado e controlável, ou seja só até à queda do muro de Berlim.

Antes fizemos nós uma revolução em Portugal, uma revolução mais ou menos exemplar... do estilo "foi porreiro, pá", foram vocês agora somos nós.

Mas outros, noutros países, fizeram sangrentas revoluções e lutas, e greves....

Mas todos com o mesmo fim, com ou sem sangue, com ou sem nacional porreirismo, fizeram-no para adquirirem direitos, que se tornaram inelianáveis, tombaram tantos para o progresso e o bem estar de muitos mais

E de repente, cai um muro, uma queda há muito desejada, e uma reviravolta e zás... desmorona tudo... não tinhamos preparado o futuro, desejamos a queda do muro... mas não nos preparámos para o embate.

Mas tudo muda, e a queda do muro trouxe-nos uma liberdade aparente... mas também trouxe consigo preocupações...

Sim, já soubemos com que o contámos.

E o capital também, perante esta apatia... tornou-se selvagem... sem valores... só eles sabem "contar"

Se é verdade, (pelo menos para mim) que se colapsou uma sociedade "pseudo-colectivista" e massificada, em que ( e parafraseando os Pink Floyd) "o individuo é mais um tijolo na parede", é mais uma ovelha para o pasto.

Passámos a ter no mundo, um só tipo de sociedade... ou a caminhar a passos largos para aí... ou seja, para uma sociedade massificada, não colectiva mas individualmente ( parece um paradoxo mas todos sabemos e sentimos que não o é), de vontade estrategicemente e esteticamente orientada.

O individuo é controlado através da sua vaidade, de lhe incentivarem necessidades que ele nunca precisaria, mas como o vizinho tem... e passa na tv...

Assim é mais fácil de controlar... controla-se melhor um individuo que uma multidão, mas como conseguimos o feito de confundir a multidão com o individuo, temos uma multidão individualizada com pensamento único... estrategicamente controlado.

Bem diziam os anarco-sindicalistas, que "O Capitalismo é a exploração do homem pelo homem, e o Comunismo é ao contrário".

Ficámos com mais do mesmo... e ainda por cima com a pior parte.

Mas, esta é uma fase de mudança, de adaptação, transição, chamem-lhe o que quiserem.

O certo é que estas fases têm custos... e os custos... Caros Bloguistas Militantes, são sempre cobrados... e quem os paga são sempre os mesmos.

Por isso fico piurso, quando vejo os nossos manda-chuva dizerem para andarmos de transportes públicos... e vejo que aqui pelo burgo, são só contradições:

1- O metro encerrou as bilheteiras na maioria das estações e passou a maioria das estações para máquinas automáticas.

Os trabalhadores foram dispensados e os gordos lucros aumentados.

Cheguei ao metro do Rossio, com uma nota de 20 Euros, não tinha moedas e a máquina recusa a nota por ser demasiado "alta", e cá o "je" que estava com pressa, teve que sair da estação, e vir trocar a nota cá fora, porque estes [asneira] resolveram tirar os humanos da linha de produção.

2- Não foi só o Metro, com a CP é a mesma coisa, queremos apanhar o comboio na linha de Cascais, por exemplo, e nessa linha a maior parte das estações, não tem humanos a trabalhar na linha de produção (leia-se bilheteiras) e na CP é pior, porque as máquinas ou recusam as notas ou estão avariadas ou vandalizadas.

3- A Carris vai pelo mesmo caminho, retiraram os cobradores ( já lá vão uns anos) e passaram os motoristas a cobrar, mas nos eléctricos articulados, os que fazem a carreira 15, a carreira que mais turistas tem, o motorista vai isolado e não faz de cobrador, foram colocadas máquinas par vender bilhetes, só que pasme-se a máquina só aceita única e exclusivamente moedas, notas está quieto... não aceita.

Ou seja quem não levar moedas não tira bilhete, e se aparece o fiscal... bom deixo á vossa imaginação intuir o que se passa depois...

Ainda se com a poupança de custos com humanos se traduzisse numa melhoria do material circulante, nós ainda seríamos mais condescendentes, mas isso não se verifica.

O contacto com seres humanos é importante na nossa sociedade, de que vale ter tudo mecanizado, se depois isso se traduz em milhões no desemprego?

E falei nos transportes, mas a banca e em quase todo o sector terciário o mesmo acontece, qual de vós não teve já um caixa de banco a dizer, porque é que vem aqui, utilize o multibanco, não vendo eles que estão a auto-aniquilar os seus empregos, ao incentivar que o trabalho deles seja feito por máquinas.

Além disse o multibanco não dá moedas, e se eu quiser levantar o dinheiro todo não consigo, tem muitas vantagens, é verdade, não nego, mas também tem os seus contras.

Além disso, não percebo que raio de comissões bancárias é que uma rotina de computador pode cobrar, os bnacos estão sempre a cobrar essas comissões... mas enfim são mistérios da informática... e quanto a isso eu "é mais bolos"

Diz o filósofo que "o trabalho dignifica o Homem".

Quanto mais afastarmos o trabalho do ser humano, substituindo-o por máquinas e não precavendo as consequências e as necessárias adaptações, o resultado vai ter custos, políticos, económicos, sociais, comportamentais, que não sei se estaremos dispostos a pagar.

Os valores há muito que estão a ser substítuidos... será que por bons? será que por novos? será que algum valor está a tomar o lugar dos antigos? que será, que será...

E depois os capitalistas esquecem-se de que quem está desempregado não tem recursos financeiros/económicos para consumir.

Ora o consumo é a "alma mater" do capitalismo... se não há consumidores eles não tem o seu ávido lucro que o selvagem capitalismo agora lhes proporciona.

O fosso que está a ser cavado entre os muito ricos e os pobres tem de parar de ser cavado.

Sublinho o dito de Olof Palm " Não quero acabar com os ricos, o que eu quero é acabar com os pobres".

Andem de transportes públicos dizem eles... pois bem então comecem por dar o exemplo e andem eles primeiro.

Antes que nós nos lembremos de tempos passados e façamos uma revolução....ou outra locura qualquer... até lá olhem ... vou a pé...

MADRUGADA - José Luís Tinoco

Dos que morreram sem saber porquê
Dos que teimaram em silêncio e frio
Da força nascida do medo
Da raiva à solta manhã cedo

Fazem-se as margens do meu rio.
Das cicatrizes do meu chão antigo
E da memória do meu sangue em fogo
Da escuridão a abrir em cor
De braço dado e a arma flor

Fazem-se as margens do meu povo
Canta-se a gente que a si mesma se descobre
E acordem luzes arraiais
Canta-se a terra que a si mesma se devolve
Que o canto assim nunca é demais

Em cada veia o sangue espera a vez
Em cada fala se persegue o dia
E assim se aprendem as marés
Assim se cresce e ganha pé
Rompe a canção que não havia

Acordem luzes nos umbrais
que a tarde cega
Acordem vozes, arraiais
Cantam despertos na manhã que a noite entrega
Que o canto assim nunca é demais

Cantem marés por essas praias de sargaços
Acordem vozes, arraiais
Corram descalços rente ao cais, abram abraços
Que o canto assim nunca é demais
O canto assim nunca é demais



Ele há cargas fantásticas, não há? Mas são mais rápidas se formos de transportes públicos

Sem comentários: