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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

sábado, 1 de agosto de 2009

Carteiras Profissionais

Este blogue fala por si...chama-se mestrado em piadas secas... para a seca de país que temos o que ainda nos vai valendo é o humor... http://piadassecas.blogspot.com/
Caros Bloguistas Militantes
As relações de trabalho, entre trabalhadores/colaboradores e empregadores/patrões, muitas vezes não são relações... são ralações.
Não existe um equilíbrio contratual na relação de emprego, salvo raras excepções.
A parte mais forte é sempre o empregador.
A maior parte dos contratos de emprego estão ao nível dos contratos de adesão, as condições pré-propostas são como um pacto leonino com uma protecção clausual que é forte na parte do empregador, se calhar é por isso é chamado de "patrão".
Tem alguma lógica, pois o financiador da questão é o patrão, mas apesar de ter lógica o desiquilíbrio entre as duas partes não pode ser tão profundo.
É que trabalho é vida e nós temos uma vida de trabalho. O que se constata é que são mais os "desprotegidos" que os "leões" ou seja quem tem o capital são muito poucos e esses é quem mandam.

Mas como o trabalho é vida, para existir vida em mínimas condições de prosperidade tem de existir a chamada paz social.
Isto para que a sociedade se desenvolva, e para que cresça não deveriam existir desarmonias ou melhor dizendo desarmonias gritantes.
A existência desta paz social contribuí para que a vida das empresas e da sociedade seja mais produtiva, mais tranquila, mais aprazível para todos nós.
E é para atingirmos esse desiderato e continuarmos com a paz social como pano de fundo, que esta liberalização desenfreada e cega, desta sociedade, não pode continuar.
E não pode continuar porque destabiliza, não pode continuar porque é um retrocesso da humanidade.
Esta visão que só o lucro interessa para a realização de mais e mais capital relegando para planos inferiores a paz e harmonia social, destabilizando o sistema todo, tem de ser travado.
Foi por uma razão similar que os sindicatos começaram a surgir congregando uma ou várias classes e categorias profissionais de trabalhadores, para que pelo menos, parte do equilíbrio ou melhor a tendência para o equilíbrio fosse reposta.
Penso que do ponto de vista dos patrões para chegar a um lucro sólido e consolidado interessa empregar trabalhadores qualificados e certificados e tendo na empresa um clima de paz social assegurado para que esta produza o máximo.
Estamos a falar, claro está, de uma sociedade que tende para o ideal.
Contribui para equilibrar as duas partes e garantir a paz social o Código de Trabalho.
Tendo em conta só Portugal, o nosso país possuía um dos melhores, se não o melhor, do mundo em termos de protecção e equilíbrio.
O nosso código era adequado e contribuía para a paz social, reequilibrou bastante a equação protegendo o trabalhador, pois este era e é claramente mais desfavorecido, num país que tanto o patrão como o empregado precisam de rever os seus conceitos de lucro, de empresa, de trabalho, de produtividade, de respeito pelos valores, de formação profissional e tantos outros que estão deficitários na sociedade portuguesa.
Formação precisa-se para os patrões que necessitam de saber como ser empreendedores e de gestão e muitos outros aspectos, entre os quais salários justos para pagar o tempo que a força de trabalho que contratou despende ao seu serviço.
Formação precisa-se para os trabalhadores que necessitam de saber a importância de dedicação, empenhamento, iniciativa, profissionalismo, etc...
Tirando estes pequenos importantes pormenores, e voltando ao busílis da questão, verifica-se que com a aprovação deste novo código de trabalho agravado com as últimas rectificações, a situação voltou a desiquílibrar para o lado dos patrões.
E desequilibrou-se para o lado da classe empregadora e a classe trabalhadora ficou prejudicada.
Até a filosofia de trabalho dos EUA, em que o liberalismo é desenfreado, tem regras de salvaguarda que nós não adoptámos.
O conceito filosófico de trabalho da Europa, não é similar ao dos EUA e quem quer impor essa filosofia na Europa destabiliza, aqui o conceito de família é diferente, o conceito de segurança no trabalho é diferente, a postura dos cidadãos é diferente não se coaduna com a filosofia americana. E o que basta, basta. Tem de ter um fim O lucro fácil, as teorias cegas de gestão, o capitalismo selvagem, onde colocam de lado o social, perdem de vista o rumo, perdem o real objectivo de sociedade da qual também fazem parte.
Necessitamos de um rumo, andamos "desarrumados", e quem anda "desarrumado" precisa de orientação, e essa orientação deveria começar pelos políticos e os patrões os primeiros a quem um rumo de harmonia deveria ser mostrado para eles seguirem.
Faz-nos falta pensadores que pensem o futuro mais além que o lucro fácil, mais além do dinheiro, precisamos um futuro de valores sejam eles antigos ou novos, atravessamos uma época em que estamos "desvalorizados" com as consequências que estão à vista.
Empregabilidade é preciso, mas uma empregabilidade de qualidade, as empresas tem de ser profissionais e obter qualidade.
Para se obter esse objectivo deveria ser obrigatório os trabalhadores terem uma carteira Profissional.
Para as profissões liberais neste momento tal é exigido aos Advogados, aos Médicos e aos Jornalistas.
Teoricamente o facto de se ter uma carteira profissional é uma garantia de que quem a possuí está apto para realizar as tarefas que essa carteira o habilita.
Isso contribuiria mais para o equilíbrio entre patrões e empregados, para uma melhor produtividade pois os empregados teriam formação e conhecimento para as tarefas para as quais foram contratados. Se adoptássemos este sistema em que só poderia ser empregado quem tivesse carteira profissional, com tudo o que isso implica, ou seja formação e conhecimentos, e ainda se entregássemos aos sindicatos e/ou a Ordens profissionais a atribuição dessas carteiras (sindicatos e ordens que teriam de mudar e muito a sua postura), claro está dando essas ordens/sindicatos formação profissional ou então aferir os conhecimentos antes de passar a carteira profissional.
Seria obrigatório para quem, quisesse trabalhar estar inscrito num sindicato e/ou ordem, como garantia de que possuiria a carteira profissional, como garantia que estaria mais protegido, se assim fosse tudo tenderia mais para o equilíbrio nas relações laborais.
Saberiam assim os patrões, os sindicatos/ordens e os trabalhadores, que as suas qualificações eram certificadas e porque quem eram certificadas.
Apesar de estarmos na sociedade da informação, existe um paradoxo, é que a desinformação ou falta desta é muita.
Assim, se este sistema fosse implementado, em que colocávamos obrigatoriamente na relação laboral, além dos patrões e dos trabalhadores, os sindicatos/ordens, e tal facto contribuiria, e assim por parte dos trabalhadores estes quando obtivessem a carteira profissional e antes da sua primeira relação laboral já teriam sido obrigatoriamente informados, porque faria parte da formação, dos seus direitos.
Assim quando os contratos fossem assinados entre as partes, estes contratos seriam previamente negociados com as ordens/sindicatos, haveria assim menos tendência para as cláusulas ilegais e manhosas e os trabalhadores saberiam assim que estavam mais protegidos.
Para a obtenção da Carteira Profissional, a formação dos trabalhadores teria de ser acordada com um misto entre sindicatos e empregadores ou outras entidades desde que certificadas e reconhecidas, de modo a conseguir-se que a tal Carteira Profissional fosse reconhecida por todos. Teríamos assim uma pré-qualificação certificada, poder-se-ia formar uma bolsa de emprego nos sindicatos,onde os patrões assim que precisassem de mão -de-obra fossem a essa bolsa procurar. Acabaria quase por completo o trabalho ilegal, assim como desceriam consideravelmente o trabalho infantil, as diferenças de salários seriam diminuídas pois estavam sujeitas a menos arbitrariedade.
Claro que ilegalidades e Chico-espertos existem sempre, quase nenhum sitema é perfeito.
Mas que reduziria bastante as arbitrariedades, lá isso reduziria.
Com estas medidas, obteríamos:
Mais paz social; maior segurança no emprego; salários mais justos e um maior equilíbrio da relação laboral que é uma condição para que o "Pacta Sunt Servanda " seja cumprido com rigor e não abusado.


Arranja-me um emprego Sérgio Godinho :
Tu precisas tanto de amor e de sossego
- Eu preciso dum emprego
Se mo arranjares eu dou-te o que é preciso
- Por exemplo o Paraíso
Ando ao Deus-dará, perdido nestas ruas
Vou ser mais sincero, sinto que ando às arrecuas
Preciso de galgar as escadas do sucesso
E por isso é que eu te peço

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Se meto os pés para dentro, a partir de agora
Eu meto-os para fora
Se dizia o que penso, eu posso estar atento
E pensar para dentro
Se queres que seja duro, muito bem eu serei duro
Se queres que seja doce, serei doce, ai isso juro
Eu quero é ser o tal
E como o tal reconhecido
Assim, digo-te ao ouvido

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Sabendo que as minhas intenções são das mais sérias
Partamos para férias
Mas para ter férias é preciso ter emprego
- Espera aí que eu já lá chego
Agora pensa numa casa com o mar ali ao pé
E nós os dois a brindarmos com rosé
Esqueço-me de tudo com um por-do-sol assim
- Chega aqui ao pé de mim

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego

Se eu mandasse neles, os teus trabalhadores
Seriam uns amores
Greves era só das seis e meia às sete
Em frente ao cacetete
Primeiro de Maio só de quinze em quinze anos
Feriado em Abril só no dia dos enganos
Reivindicações quanto baste mas non tropo
- Anda beber mais um copo

Arranja-me um emprego
Arranja-me um emprego, pode ser na tua empresa, concerteza
Que eu dava conta do recado e pra ti era um sossego
ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ?QUANDO O PESSOAL DA BRIGADA PASSA A PRONTO FICA LOGO COM A CARTEIRA PROFISSIONAL.

1 comentário:

Agripino de Sousa disse...

Carissímo Comandante,

Após ler esta sua posta confesso que fiquei deveras confuso:
Segue o caro amigo a cartilha do Sr. José Estaline, ou a do Prof. Dr. Oliveira Salazar?

Propõe o meu caro uma simbiose mui peculiar entre comunismo e corporativismo.

Será sempre verdade como os extremos se tocam.


Agrp.de S.