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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Cuidado Casimiro

Para a ementa do dia hoje servimos um blogue chamado Vulgar de Lineu. O autor deste blogue, já não escreve lá mais, encerrou o blogue. Nós que já o destacámos uma vez, pensamos que apesar de não ter mais novidades as imagens que lá se encontram são bonitas e vale a pena sempre lá ir http://vulgardelineu.blogspot.com/ já sabem é carregar em cima para lá ir ter
Olá Caros Bloguistas Militantes
Desde já vos alerto que este post é Longo e é sobre política,
Este post, salvo a presunção, pode conter verdades inconvenientes...
É uma republicação melhorada do post que a Brigada publicou em 29/7/2007...
Quando o escrevemos previmos que o ano de 2008 ia ser um ano rico em política interna e externa, não nos enganámos, mas como demorámos uns meses a publicar o post por isso não contam como contam as previsões astrológicas de início de ano.
Mas para não ficarmos descalços, diremos que nos anos 2009 e 2010, vamos assistir a uma transformação profunda da sociedade, que vai continuar por mais uns anos e vão ser uns anos conturbados.
Esta transformação já começou, mas só agora estamos a ver e sentir os seus efeitos, pois as causas há muito que se manifestavam.
Mas adiante, vamos ao que interessa… sabem que isto de mexer em poderes e podres instituídos, é como a frase que nós já ouvimos em tempos: “A "merda" quando bate na ventoinha, é espalhada para todo o lado, e todos levamos com uma quota parte.”
Enquadremos o assunto... o que é actual agora, tem raízes no passado, a história começa sempre antes… digamos que o nosso governo, não deveria ter interferido com a OPA da SONAE sobre a PT. Sim já lá vai tanto tempo, mas sabem a vingança é um prato que se serve frio e os empresários bons sabem esperar.
O nosso Governo também não deveria ter anunciado a abertura a privados de um quinto canal de TV.
Resultado, o Sr. Belmiro e o Sr. Balsemão (os B.B), estão furibundos com o nosso governo, e estão-lhe fazer a folha e mais não digo pois não sou Bastonário da Ordem dos Advogados…felizmente.
Depois disto tudo, eis senão quando, rebenta a crise mundial, e Oh tio! Oh tio! que os bancos vão á falência e os clubes de futebol agudizam-se em dívidas ao mesmo tempo que os bancos.
Cai o Carmo e a Trindade, os tipos do dinheiro que mandavam nisto finalmente foram afectados... Nacionaliza-se o BPN e injectam-se una quantos milhões na banca. Para se manter as aparências, para que os lucros de milhões do ano passado, este ano sejam ainda uma realidade.
Para que a maioria dos administradores, possam ir passar as férias a locais paradisíacos e nós a contribuir.
Resumindo e baralhando, o Zé Povo se deve ao fisco está lixado com "f" de faca e nem lhe perdoam, mas se for um clube de futebol ou um banco... aí o caso muda de figura, os primeiros pagam em suaves prestações mensais a perder de vista e para os segundos injectam-se milhões de euros para se manterem.
Isto tudo ao mesmo tempo que os nossos políticos falam de crise, e que se tem de tomar medidas, eis que avançam com uma medida milagrosa, A CANDIDATURA AO CAMPEONATO DO MUNDO DE 2018...
Quem me conhece sabe que gosto de falar de política, tanto externa como interna, não é que entenda muito do assunto, mas gosto de falar de política sempre tendo em vista a conjuntura global e não somente aqui o nosso pequeno burgo.
Nunca HAMLET teve tanta razão "algo está podre no reino da Dinamarca"... e nos outros também.
Sim, porque não estamos nem vivemos isolados. A teoria da física que fala sobre a Acção-Reacção é aqui aplicada. Nós não temos pouca politica interna, temos a que temos e é toda comandada pela União Europeia, e a política da UE é toda orientada por "Roma", leia-se EUA.
Somos uma República... ou melhor uma republicazinha, que não tem problemas ... tem probleminhas.
Somos no entanto uma República Democrática... ah isto faz-me lembrar a antiga Alemanha Oriental... esta não me saiu muito bem... enfim siga para Bingo.
Ah, mas se vocês sonhassem de que tijolos e cimento é feita a parede da Democracia...
Quero previamente sublinhar,que existe gente honesta na política.
Espantados? Não estejam, é a sério que falo, eu conheço alguns... só que são abafados... a falta de cultura democrática Portuguesa quase que os aniquila.
Já alguma vez se perguntaram. Será que temos uma democracia? Ou será que temos uma "Espécie de Democracia?"
Tentarei cingir-me a critérios científicos (que é para isso que eles servem), tentarei... não disse que irei conseguir...
Democracia é o governo do povo, ou seja a soberania está no povo, quer dizer, teoricamente, é ao povo que cabe ter o poder...
Mas, Caros Concidadãos e Bloguistas Militantes, sabem, apesar de isto não ser a Suíça, não somos assim tão poucos e não temos um Estado do tamanho do Alentejo, se fosse esse o caso até poderíamos dar ao luxo de ter referendos permanentes (se calhar até podemos), para questões prementes ou não.
Ou seja verdadeiramente temos o povo a decidir... mas para isso teríamos de aprender tanto...
A Soberania na sua génese... cabe ao povo... os conceitos de soberania levam-nos a outros lados, mas se reduzirmos, é ao povo que cabe a soberania de uma nação... de um Estado.
Ora o nosso Estado tem 10 milhões de cidadãos, fazendo contas, dividimos a soberania (e isto não fazendo contas à moda de um ex. 1º ministro) deixa cá ver... pronto dá 1/10.000.000 de soberania a cada português, ou seja é um cagagésimo a cada um.
Os teóricos concluíram, que para um Estado ser forte, a soberania não poderia estar dispersa e entregue irresponsavelmente ao povo, por isso disseram que não poderia ser entregue ao povo, para o país ser funcional teríamos de abdicar concentrando a nossa soberania.
Impuseram-nos assim umas Democracia mitigada, os grandes senhores disseram-nos ao estilo de D. CORLEONE em "O Padrinho" ..."I will make him an offer he can not refuse", e vai daí, concentraram e distribuíram a nossa soberania por uma Assembleia… a da República (A.R.).
A nossa quota parte de soberania passou assim para os Deputados.
É por esta razão que os eles nos representam, e nós os elegemos.
Teoricamente Votar seria utilizar a nossa "arma". Só que... fomos sabotados, forneceram-nos munições de salva, aqueles de nós que ainda tentam disparar, nada conseguem mudar e fica tudo na mesma. Logo não vale a pena andarmos por aí aos tiros.
É por essa razão que eu acho que temos nas eleições uma abstenção consciente e por isso elevada.
Na A.R., são 230 deputados que representam os 10 milhões de portugueses, logo a soberania quase toda está na A.R. Dividindo essa soberania por cada deputado, cada um deles representa 43.478,2 cidadãos portugueses, o que não significa obrigatoriamente que estes sejam eleitores, pois os cidadãos eleitores são muito menos que o total da população.
Se representam tantos portugueses ao mesmo tempo, obviamente que não representam ninguém. Se falam por toda a gente, logo não falam por ninguém em concreto.
Os deputados são eleitos por distritos e representam uma área geográfica enormíssima.
Todos os concelhos desse Distrito são representados por eles e isso incluí o território, os cidadãos eleitores e não eleitores que lá vivem, é isso que determina a quantidade de deputados que são eleitos por distritos o rácio População e área. A divisão dos 230 deputados é feita por distritos, a fórmula é achada consoante a população do distrito. Lisboa e Porto são os que elegem mais.
Mas depois vem algures na C.R.P. está escrito que o Deputado representa o todo nacional.
E como é que esses deputados são escolhidos?- Perguntais vós Caros Bloguistas Militantes.
Pois eles são escolhidos por partidos, e, é aos partidos que os deputados devem fidelidade, foram os partidos que os escolheram e indicaram e voltarão a indicar se se portarem bem.
A maioria dos partidos está dividido por distritais (representam geograficamente o distrito) e estas em concelhias (são as células que representam o partido no concelho), e todas são supervisionadas pelo partido nacional.
A escolha é feita da seguinte forma, as distritais tem direito a um número X de deputados, dividem esse número de deputados a eleger pelas concelhias que fazem parte do seu distrito, as concelhias indicam o número de pessoas que lhes coube para candidatas a deputadas pela distrital e assim se obtém a lista de deputados pelo distrito.
Isto seria linear e até democrático, se Presidente do partido não impusesse uma quota sua, para indicar quem muito bem entende (nos lugares elegíveis) para poder ter o controlo do grupo parlamentar. Isto seria de somenos importância, se o Presidente o fizesse só numa distrital, mas fá-lo em todas e a sua escolha varia de 1 a 5 deputados dependendo do número a eleger (são 18 os distritos).
Os Presidentes das Distritais por sua vez também impõem uma quota (de 1 a 3 deputados) e para cúmulo o Presidente da Concelhia ainda tem uma quota sua (1 a 3 deputados)... sendo que nas concelhias pequenas que só teem direito a indicar um deputado... adivinhem quem é que o presidente da Concelhia escolhe? ...
Ele indica-se a si próprio (what else...), ou seja existe aqui um jogo de poder, mas isso já sabíamos e agora eu disse como é... estão a ver porque é que eles se querem eternizar no poder e o conseguem, pois deputado gera poder, poder gera distribuição de favores e lugares e assim isto é um ciclo vicioso.
Os restantes deputados são escolhidos pelos seus correlegionários que pertencem à concelhia... mas não pensem que o universo é o de 100% dos eleitores daquela concelhia... não claro que não , mas vocês pensam que isto é a República das Bananas ou quê?
Existe um colégio eleito (aí sim pelo universo dos 100% de correlegionários que estão inscritos no partido, naquele concelho e com as cotas em dia) que votam no número de deputados disponível, que eles não sabem pois só são depuradas e subtraídas as quotas que acima mencionei quando são entregues as listas finais rectificadas pelo Presidente do Partido.
Bolas já estou cansado de escrever descrevendo esta democracia...
Estas escolhas são feitas entre 3 a 6 meses antes das eleições serem marcadas, por isso está quase na altura... (alguns não são escolhidos simplesmente mantêm-se, estes são a maioria, a escolha para as eleições para este ano já está a ser feita) e são feitas nos partidos (porque só os partidos podem apresentar listas de candidatos a deputados) dois anos antes já começaram a afiar as facas, para espetar nos correlegionários do partido para serem eles a concorrer a cargos, é o que dentro de um mês vai acontecer no PS, PSD, CDS e nos outros, excepto no PCP que estão sempre de acordo... estejam atentos.
Por isso é que existem tantas “broncas”, pois as broncas existem por causa do Poleiro, ah pois é... ou julgam que determinado individuo e a sua equipa concorrem a uma concelhia ou uma distrital só porque gostam do partido? Se fosse assim não mudavam de partido…
Isto tudo é por causa do poleiro, do poder de designar as quotas, do protagonismo, do lugar na Assembleia da Republica ou no Governo, ou de assessor... A vida de um Presidente de uma Distrital/Concelhia, não é fácil.
Imaginem a chuva de telefonemas dos correlegionários a dizerem mal deste e daquele, e a auto-promoverem-se, prometendo eles que sempre foram e serão fieis, vale tudo, como alguns tratam da promoção no emprego lixando os colegas (eu que o diga que só me ponho a jeito para me lixarem) eles assim tratam de concorrer a deputados.
No final das eleições internas de um partido, existe muita gente furibunda... lixada mesmo... e então aí é que começam as manobras de bastidores... e alguns conseguem através dessas artimanhas políticas entrar nas listas... e até retirarem aqueles que eleitos “democraticamente” o foram...
Resumindo, Caros Bloguistas Militantes, entenderam que quando as listas de deputados chegam até nós, já passaram por primárias internas, e pela depuração da distrital, pelos jogos de bastidores e pela aprovação final da nacional do partido e pelo sancionamento do Presidnete do Partido. A escolha foi feita plutocraticamente.
Para deputados, nós escolhemos a escolha da escolha, das escolhas conjuntas, ou seja nós escolhemos a quarta depuração. Já perceberam que isto é a Democracia dos amigos, é por isso que são sempre os mesmos...
Até lá Cuidado com as imitações.
Cuidado com as imitações - Sérgio Godinho
Estimado ouvinte, já que agora estou consigo
Peço apenas dois minutos de atenção
É p'ra contar a história de um amigo
Casimiro Baltazar da Conceição
O Casimiro, talvez você não conheça
A aldeia donde ele vinha nem vem no mapa
Mas lá no burgo, por incrível que pareça
Era, mais famoso que no Vaticano o Papa
O Casimiro era assim como um vidente
Tinha um olho mesmo no meio da testa
Isto pra lá dos outros dois é evidente
Por isso façamos que ia dormir a sesta
Ficava de olho aberto
Via as coisas de perto
Que é uma maneira de melhor pensar
Via o que estava mal
E como é natural
Tentava sempre não se deixar enganar
(E dizia ele com os seus botões:)
-Cuidado, Casimiro
Cuidado, Casimiro
Cuidado com as imitações
Cuidado, minha gente
Cuidado, minha gente
Cuidado justamente com as imitações
Lá na aldeia havia um homem que mandava
Toda a gente, um por um, por-se na bicha
E votar nele e se votassem lá lhes dava
Um bacalhau, um pão-de-, uma salsicha
E prometeu que construía um hospital
Uma escola e prédios de habitação
E uma capela maior que uma catedral
Pelo menos a julgar pela descrição
Mas... O Casimiro que era fino do ouvido
Tinha as orelhas equipadas com radar
Ouvia o tipo muito sério e comedido
Mas lá por dentro com o rabinho a dar a dar
E... punha o ouvido atento
Via as coisas por dentro
Que é uma maneira de melhor pensar
Via o que estava mal
E como é natural
Tentava sempre não se deixar enganar
(E dizia ele com os seus botões:)
-Cuidado, Casimiro
Cuidado, Casimiro
Cuidado com as imitações
Cuidado, minha gente
Cuidado, minha gente
Cuidado justamente com as imitações
Ora o tal tipo que morava lá na aldeia
Estava doido, já se vê, com o Casimiro
De cada vez que sorria à plateia
Lá se lhe viam os dentes de vampiro
De forma que p'ra comprar o Casimiro
Em vez do insulto, do boicote, da ameaça
Disse-lhe: "Sabe que no fundo o admiro
Vou erguer-lhe uma estátua aqui na praça"
Mas... O Casimiro que era tudo menos burro
E tinha um nariz que parecia um elefante
Sentiu logo que aquilo cheirava a esturro
Ser honesto não é só ser bem falante
A moral deste conto
Vou resumi-la e pronto
Cada qual faz o que melhor pensar
Não é preciso ser
Casimiro pra ter
Sempre cuidado pra não se deixar levar
-Cuidado, Casimiro
Cuidado, Casimiro
Cuidado com as imitações
Cuidado, minha gente
Cuidado, minha gente
Cuidado justamente com as imitações"
Há cargas fantásticas, não há? Mas carregar nesta Democracia... é de pensar 2 vezes.

1 comentário:

Luís Alves de Fraga disse...

Muito boa a sua explicação. Foi comprida... mas o processo é complexo.
Parabéns