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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

O respeitinho é bonito e nós gostamos


Em tempos idos, um Tio nosso disse "Se queres um amigo verdadeiro, anda à porrada com ele".
Hoje já não é assim, pois torná-mo-nos numa sociedade vingativa.
Andamos sempre a querer tirar vantagem do outro, e, se alguém anda à porrada com outrem, esse outrem ir-se-à vingar...e com a menor lealdade possível, porque, justas leais, já não são do nosso tempo.
Hoje em dia é tudo virtual, no GTA atropelas pessoas, roubas, andas a mais de 120 e nunca és apanhado, no COD estás na guerra, matas esfolas e não te aleijas ( a não ser ao fim de alguns anos no Canal Cárpico), e todos entram numa de virtualidade, e julgam que a realidade é igual, tudo é facilitado, se perdes fazes "reset" ou tens mais vidas para jogar...mas não é assim não...
É que a vida é para valer, como diz o poeta Vinicius de Moraes "Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida. Cuidado, companheiro! A vida é pra valer. E não se engane não, tem uma só.
Duas mesmo que é bom.Ninguém vai me dizer que tem, sem provar muito bem provado, com certidão passada em cartório do céu e assinado em baixo: Deus e com firma reconhecida!
Hoje me dia anda tudo virtualmente alienado, todos se julgam os maiores da rua e arredores, e como é tudo virtual e o virtual está pelo mundo todo, todos se julgam os maiores do mundo e dos arredores e universos paralelos.
Mas o que eu digo não é novidade, já em 1900, as gentes dessa altura também o diziam dos seus sucessores...e  não estavam enganados, pois a Guerra eclodiu poucos anos depois, foi a I GM, de 1914 a 1918., e não contentes ainda fizeram a II GM 1939-1945.
Mas os cidadãos do mundo de 1800, e os de 1700 ou seja desde que o pensamento grego nos brindou com a sua presença, que as gerações antigas se queixam das gerações vindouras, dizendo que o mundo está perdido.
A resistência à mudança por parte do colectivo, embora individualmente sejamos umas "mentes abertas", é significativa.
Mas, nunca como agora, e no futuro vai ser mais rápido e mais profundo, mas dizíamos nós, nunca como agora, assistimos a mudanças profundas e difusas, em todas as áreas do saber e do fazer, em que o que é hoje já não é amanhã, e o hoje amanhã está ultrapassado e já não interessa.
Consumir, consumir, consumir...destruir, desfazer e desconstruir o que ontem tinha sido feito, porque o ontem já lá vai, e já não interessa.
Até que com o andar dos tempos vamos envelhecendo, na realidade envelhecemos desde o dia que nascemos, mas só damos por isso quando as faculdades já não são as mesmas, e já não respondemos tão rapidamente ou tão eficientemente quanto desejávamos.
E começamos a olhar em volta, se pararmos para reflectir, e vemos que rejeitámos coisas muito boas, boas e funcionais, e úteis, só porque já passaram de modo e não queremos desagradar aos amigos, nem ficarmos fora de moda.
A aldeia global já está a 100%, a nossa opinião de portugueses, espanhóis, ingleses, americanos, já não é o nosso ponto de vista de portugueses, espanhóis, ingleses, americanos, é o ponto de vista global, dos fazedores de opinião, que estão a soldo das grandes multinacionais ou mesmo ao serviço das pequenas corporações, para criarem tendências e maximizarem os lucros.
As opiniões, tendências são sobretudo lucrativas, ou melhor voltadas para os lucros, no nosso caso para os gastos....
A ética à muito que deixou de existir, e apercebe-mo-nos disso, quando, naquele que devia ser o último bastião da ética, deixa passar informações que supostamente deveriam ser confidenciais, sim,estamos a falar da justiça.
Justiça essa que quer manter as aparências, mas que tapa o sol com a peneira.
Até a justiça está a soldo, e quando assim é não há justiça, e uma sociedade que não tem justiça, as injustiças vão-se acumulando, e quando as injustiças se vão acumulando, num mundo dito normal existiriam revoltas, mas não neste novo mundo.
Neste novo mundo, em que tudo está alienado virtualmente, em que as nossas opiniões são as dos outros, e a dos outros são as dos fazedores de opinião, as revoltas não têm lugar, a não ser que prevejam que as revoltas vão dar lucro, aí sim, temos uma revolta controlada, em que os alienados vão todos atrás da espuma dos dias.
Ainda existem alguns santuários onde se pensa profundamente, onde se lê muito mais que os 140 caracteres do Twitter, aliás onde ler ainda é um prazer,  seja a Guerra e Paz ou um pequeno opúsculo com 40 linhas.
A partir da década de 90 do século XX, que isto anda tudo revirado, anda tudo trocado, o fazer o bem, é visto com maus olhos e os maus da fita, os condenados, têm tempo de antena e entrevistas nas tv's e jornais, para dizerem que foram injustos com eles e nunca fizeram nada, jurando a pés juntos que é tudo uma cabala.
E estão tão bem treinados na arte do desdizer e de ludibriar, que a merda que nos querem vender, fazem-nos acreditar que é banha de cheiro.
A mentira tem perna curta diz o ditado, mas à velocidade que tudo passa, isso já não importa, pois a mentira foi ontem e o amanhã é empurrar com a barriga para a frente, pois já ninguém se lembra.
Atravessamos tempos difíceis para a Humanidade, o mundo já esteve à beira de um colapso, e pensávamos que tudo se tinha recomposto, mas não, fizeram como a cavalaria, os que nos puseram à beira do abismo, não recuaram, deram meia volta e avançaram, e agora tendo completado o círculo, fomos apanhados por eles na retaguarda.
Se afirmarmos que é necessário recuperarmos valores, todos aceitam, até deve ser pacifico.
Mas se dermos duas ou três soluções, aparecem os Pseudo-filosofos, ( que estranhamente são as mesmas pessoas que são as fazedoras de opinião), a dizer que não pode ser bem assim , que sim , é verdade que tenhamos de mudar, mas não pode ser dessa maneira, resumindo, Estão-se " a cagar" para aquilo que tu dizes ou pensas...porque aquilo que tu dizes ou pensas, apesar de poder estar certo ( e a maior parte das vezes está), essa não é a opinião emitida por eles, e se não é a opinião deles, eles deixam de ser os fazedores de opinião, e se o deixam de ser, perdem influência, e se perdem influência perdem status e dinheiro, então ... para eles tudo o que dizes não passa de mero bla, bla , bla, que eles tratam de denegrir com meias verdades e se não conseguirem desviam a atenção para outro assunto e perdemos logo ali o cerne da questão... e como diz o outro JÁ FOSTE.
Deixem-nos dar um exemplo real: Qualquer professor vos diz que hoje em dia dar aulas é quase impossível, os alunos recusam-se a aprender, até estamos pior que no 25 de Abril, em que se votava colectivamente as notas dos alunos e saneavam-se professores.
Hoje quem manda na escola não são os Docentes, são os Discentes. Temos uma escola em que quem manda é quem não sabe, e foi lá para saber, mas que por artes políticas, que tiveram como intuito reverter as estatísticas dos chumbos escolares, fizeram com que os alunos façam o que querem.
Não existe disciplina, deixámos de apoiar os professores, a resposta destes é simples, a chamada dos alunos no princípio da aula demora mais de 20 minutos... com as consequências que isso tem para aprendizagem escolar, da disciplina, do direito, e da ética e do respeito.
Alunos que podem passar com 6 negativas, é dar prémio à mediocridade e enviar uma mensagem às gerações mais jovens que a excelência não é necessária...
Mas se aprofundarmos um pouco mais, vemos que isso aplica-se à classe média, média baixa e baixa.
Seguimos nas antípodas de Sócrates, Platão, dos escolásticos e outras correntes filosóficas, aliás seguimos adiante da mediocridade, essa sim reina e espalha prazenteira o seu não saber.
ÉTICA, RESPEITO, DISCIPLINA, VIVER EM SOCIEDADE, RESPEITO POR SI PRÓPRIO, É PRECISO.
Nós dizemos e repetimos a ética e o respeito são precisos, e para se chegar aí são necessários Três passos radicais.
O primeiro passo é reintroduzir o serviço militar obrigatório, com duas particularidades, a saber, para além da disciplina militar, sendo obrigatório para Homens e Mulheres, durante 2 anos, só podiam sair da tropa, quando tivessem o 12º ano e o diploma de uma profissão.
Ou seja, antigamente, quando existiam pais rígidos e disciplinadores,  quem não queria estudar ia trabalhar, assim hoje em dia, mutatis mutandis, quem não estudar, vai para a tropa, e tem um curso profissionalizante, e só sai quando acabar esse curso que lhe dá equivalência ao 12º ano e uma carteira profissional.
E na Tropa tem essas 3 vertentes, disciplina militar, respeito, a vertente escolar profissionalizante.
O segundo passo, mais polémico, mas que nós não abrimos mão, é reintrodução da "Mocidade Portuguesa", onde retirávamos a parte do culto ao Estado e ao Ditador, como é óbvio, mas a parte do desporto, disciplina, e aprender a fazer coisas úteis para a sociedade eram obrigatórias.
Aqui damos 3 hipóteses, ou a "Mocidade Portuguesa" (que obviamente iríamos dar outro nome mais actual e apelativo) ou os "Escoteiros" ou o praticar de uma modalidade colectiva (esta última com a componente obrigatória de contribuir para a sociedade 2 vezes por semana), isto a partir dos 7 anos de idade até aos 16, onde aos 16 podiam optar em continuar, ou ir para os Bombeiros ou Cruz Vermelha,mas sempre, sempre na escola.
A partir dos 18 serviço militar obrigatório.
O Terceiro e último passo, diz respeito aos presos, e é simples, quem está preso está a pagar uma dívida para com a sociedade. Assim sendo não tem de estar na prisão "a roçar o cú pelas paredes", se tem uma dívida para com a sociedade, tem de a pagar.
Mas como? Fácil.
Existe muito mato para roçar, muita mata para limpar, muitos rios e ribeiros para limpar, muita estrada e caminhos rurais para fazer e arranjar, muito património para recuperar.
Os presos poderiam fazer isso, pagando obviamente o seu trabalho com salário mínimo, mas com um pormenor, descontando o custo da estadia na prisão, a roupa que lhe é fornecida, a comida que lhe é fornecida, e 90% do salário que sobra seria depositado numa conta bancária, para quando eles saíssem não ficassem de mãos a abanar, e não tivessem de ir outra vez para a má vida, os 10% que lhes sobrava era-lhe dado para os gastos na prisão.
No fundo é aplicar o que se fazia nos até aos anos 90 quem entrava para a tropa, o regime era igual.
ÉTICA, RESPEITO, DISCIPLINA, VIVER EM SOCIEDADE, RESPEITO POR SI PRÓPRIO, É PRECISO.
Concordar, nós sabemos que a maioria não concorda, a maioria, vai no que dizem os fazedores de opinião, apesar de acharem que não.
Repetimos o que dissemos acima, colectivamente somos avessos à mudança, e até à década de 90 do século XX, colectivamente dizíamos que não, mas, hoje, já não agimos colectivamente. Hoje, somos seres individuais, que nos achamos auto-suficientes, e que só por acaso, estamos no meio de uma sociedade, onde encontramos tudo feito, e achamos que a isso temos direito, e também achamos que não temos de contribuir para o colectivo, se no passado uns estúpidos fizeram a colectividade onde vivemos (reparem nós  não dissemos a sociedade), nós no presente só temos de usar, mas contribuir para a continuidade isso não, a menos que nos dê lucro e status... e mesmo assim estamos a fazê-lo para bem pessoal.
No fundo deixámos de ser uma sociedade solidária, e que construíamos o futuro em conjunto, para uma colectividade egoísta, em que é o SÓ EU, SÓ EU E SÓ EU...E MAIS EU.
No fundo todos concordamos com isto, que aqui se diz, mas só individualmente, mas se comentarmos colectivamente o que está escrito, dirão, os tipos que escrevem na Carga da Brigada Ligeira, são uns românticos e utópicos... dito de outra maneira, agem tal e qual a Brigada Ligeira, que receberam ordem que sabiam ser suicidas, mas mesmo assim romanticamente enfrentaram os canhões...resultado foram dizimados.
Como corolário queríamos terminar com as palavras de Vinicius de Moraes dizendo,  "A vida não é brincadeira, amigo, A vida é arte do encontro, Embora haja tanto desencontro pela vida".



A BRIGADA ESTEVE NOS ESCOTEIROS, NOS BOMBEIROS NO EXÉRCITO, E ACHA QUE O RESPEITINHO É MUITO BONITO E NÓS GOSTAMOS, E CONTRIBUÍ SEMPRE PARA A SOCIEDADE...





Samba da Bênção - Vinicius de Moraes
 

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração

Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não

Senão é como amar uma mulher só linda
E daí? Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão

Fazer samba não é contar piada
E quem faz samba assim não é de nada
O bom samba é uma forma de oração

Porque o samba é a tristeza que balança
E a tristeza tem sempre uma esperança
A tristeza tem sempre uma esperança
De um dia não ser mais triste não

Feito essa gente que anda por aí
Brincando com a vida
Cuidado, companheiro!
A vida é pra valer
E não se engane não, tem uma só
Duas mesmo que é bom
Ninguém vai me dizer que tem
Sem provar muito bem provado
Com certidão passada em cartório do céu
E assinado embaixo: Deus
E com firma reconhecida!
A vida não é brincadeira, amigo
A vida é arte do encontro
Embora haja tanto desencontro pela vida
Há sempre uma mulher à sua espera
Com os olhos cheios de carinho
E as mãos cheias de perdão
Ponha um pouco de amor na sua vida
Como no seu samba

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

Eu, por exemplo, o capitão do mato
Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil
Na linha direta de Xangô, saravá!
A bênção, Senhora
A maior ialorixá da Bahia
Terra de Caymmi e João Gilberto
A bênção, Pixinguinha
Tu que choraste na flauta
Todas as minhas mágoas de amor
A bênção, Sinhô, a benção, Cartola
A bênção, Ismael Silva
Sua bênção, Heitor dos Prazeres
A bênção, Nelson Cavaquinho
A bênção, Geraldo Pereira
A bênção, meu bom Cyro Monteiro
Você, sobrinho de Nonô
A bênção, Noel, sua bênção, Ary
A bênção, todos os grandes
Sambistas do Brasil
Branco, preto, mulato
Lindo como a pele macia de Oxum
A bênção, maestro Antonio Carlos Jobim
Parceiro e amigo querido
Que já viajaste tantas canções comigo
E ainda há tantas por viajar
A bênção, Carlinhos Lyra
Parceiro cem por cento
Você que une a ação ao sentimento
E ao pensamento
A bênção, a bênção, Baden Powell
Amigo novo, parceiro novo
Que fizeste este samba comigo
A bênção, amigo
A bênção, maestro Moacir Santos
Não és um só, és tantos como
O meu Brasil de todos os santos
Inclusive meu São Sebastião
Saravá! A bênção, que eu vou partir
Eu vou ter que dizer adeus

Ponha um pouco de amor numa cadência
E vai ver que ninguém no mundo vence
A beleza que tem um samba, não

Porque o samba nasceu lá na Bahia
E se hoje ele é branco na poesia
Se hoje ele é branco na poesia
Ele é negro demais no coração

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