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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

construção

Para hoje vamos evidenciar uma espécie de blogue-hortinha, ou seja um blogue que tem de tudo como uma horta e é natural. Ou seja é um blogue diferente dedicado á natureza, nestes tempos que se aproximam ser verde é preciso http://jardimcomgatos.blogspot.com/ já sabem basta clicar

Caros Bloguistas Militantes
Nunca concordei muito com a nossa constituição quando ela no seu artº 65 de forma programática diz que todos tem direito à Habitação... Também pudera... se não o dissesse mal estávamos nós. Mas a minha discordancia é pelo facto desse direito à habitação lá estar escrito de uma forma PROGRAMÁTICA, é isso que estraga tudo... ou seja, traduzindo por miudos, é um objectivo a atingir, não é um fim em si, não é obrigatorio, como dizem os espanhois "lhega quando lhega"(não liguem ao meu castelhano, o que eu queria dizer era "chega quando chega".)

E sendo um objectivo a atingir, tem consequencias, e uma delas é dar azo á especulação imobiliária... porque se é para ser atingido a prazo, nos entrementes alguém tem de substituir os Estado... e com isto está tudo dito... os prazos e o provisório em Portugal tem uma tendência para definitivo... e alguém ganha com este constituional artigo programático sobre habitação.

É que Portugal não é elástico, é um país pequenino e por isso cada vez que se faz uma construção destroi-se qualquer coisa que antes lá estava para ocupar espaço, qualquer coisas essa que não pode ser reposta, qualquer coisa essa que geralmente são árvores ou uma parte importante da natureza.
Constroi-se tanto e com tão pouca qualidade, que desde que nasci sempre vi o país como um estaleiro, sempre em obras.

Não planeamos, não prevemos, não agendamos para 20 ou 30 anos, não temos visão de longo alcance, precisamos de um upgrade que nos de essa peça fundamental.

A parte da habitação não deveria ser programática. O Estado, leia-se governos ou melhor leia-se Autarquias, tem de ter a obrigação de velar por uma habitação condigna para todos os cidadãos, isto implica investir na construção de casas; com qualidade, em bairros agradavelmente planeados e integrados na paisagem, com todo o conforto, segurança, com tudo o que a paz de espírito que um guerreiro, quando chega de um dia de trabalho, merce.

Isto tem muito a ver com harmonia e com a paz social, um bairro como a Encarnação ou o Restelo em Lisboa, não tem nada a ver com o Bairro de Chelas ou Marvila, as realidades são diferentes, mas não acontece só em Lisboa, todas as cidades tem estas diferenças.

Foram construídos esses bairros com os mesmos propósitos mas em épocas diferentes, e o que mete pena, é que, enquanto socialmente os dois primeiros evoluiram os dois segundos estão a decrescer.

Socialmente pagamos isso com: marginalidade, exclusão, pobreza, violencia citadina, frustração e tudo o que está associado a bairros-guetos, sem as infraestruturas e espaços de lazer e convívo saudáveis.

Porque não construir bairros socialmente equilibrados?

Utopia? Não meus caros, claro que não. Isto já foi feito, perdoem-me estar a dar sempre o exemplo de Lisboa, mas é a cidade que eu vivo e melhor conheço,mas sei que posso falar pela maior parte do país, mas é por viver em Lisboa que sei das vicissitudes e do constrangimento do que é ser cosmopolita e habitante da capital, onde todos dizem que em Lisboa é onde há tudo e previlégios, mas na realidade, vistas bem as coisas, não se tem nada.

O que fazer?

Primeiro passo, retirar e descentralizar os serviços e edifícios do governo, do centro da cidade, a cidade precisa de espaço e de vida a toda a hora não só das 9h ás 17 horas.

Segundo passo, concentrar os ministérios, tal como tem Madrid "nuevos ministérios"... e deveriam ser descentralizados em mini-ministérios... para todas as cidades do país, um cidadão da República não tem de se deslocar a Lisboa, para tratar de tudo e mais alguma coisa, as lojas do cidadão são importantes mas não chegam, digamos que é um primeiro passo, temos de dar o passo seguinte.

Basta desta atitude de que quem quer ter algo tem de se deslocar Quilómetros até á capital de distrito ou até á capital do país, descentralizar, fazer da República o que ele é uma República, ou seja estar perto dos cidadãos e das suas necessidades.

Para estes passos serem possíveis é necessário a Regionalização, com um grau de autonomia bastante acentuada das Regiões Administrativas, mas isso será para um outro post...

Voltando ás casas, e à pseudo-utopia. Sim, esta realidade boa já existe, temos como exemplo as vivendas com jardim para funcionários públicos e outras grandes companhias que foram construídas nos anos 30 e 40 do seculo passado, tiveram no tempo ante 24/4/74 zonas definidas na cidade, que foram o Restelo, a Boa-Hora, Caselas, a Encarnação, Alvalade, hoje a maior parte são bairros de luxo ou semi-luxo excepto o bairro da Boa-hora que se degrada a olhos vistos.

Foram zonas criadas para Funcionários Públicos de diferentes ministérios e companhias do Estado e notem que eu digo Funcionários Públicos e não servidores do Estado, a diferença é grande.

No tempo em que os Funcionários Públicos ainda tinham algumas regalias, este tipo de casas foi feito. Ora é esse conceito de casas que se quer para todos, não só para os funcionários públicos... ou seja um bairro projectado, bem integrado, com tudo o que é preciso perto ou dentro do bairro, harmoniosamente de mão dada com a natureza, que está integrada e faz parte dessa realidade.
Já não há espaço para tanto, dizem alguns de vós, e tem razão pois Lisboa não tem mais por onde crescer, mas tem outras cidades do país, e bem precisamos de pessoas que não estejam só na capital. Para obviar a falta de espaço, façamos vivendas geminadas, façamos vivendas de primeiro andar geminadas, façamos prédios de 3 andares com jardim e quintais interiores como se ve nessas Europa fora.

Mas façamo-los com equipamentos de apoio integrados no bairro e para servir o bairro,como por exemplo uma mediateca, um pavilhão desportivo, lavandaria comum, uma piscina e de tantos em tantos hectares um corpo de bombeiros misto, uma esquadra de polícia, Escola Primária e Secundária, Creches.

Ou seja criarmos uma cidade integrada com transportes públicos a horas e a servir tudo isto. Assim sendo, assim se fazendo isto geraria emprego, pois haveria zonas comunitárias que eram geradoras de empregos, e eram necessárias tais como lavandaria comunitária, veterinário e hotel de animais comunitário.

Acabemos com os patos bravos e a sua especulação, acabemos com esses patos bravos que constroiem sem rei nem roque, á toa, prédios feios, que parecem caixotes, sem condições alguns para aguentarem o calor de Verão ou o frio do Inverno e a serem colocados no mercado preço de mansões de Hollywood ou ao preço de qualquer cidade do centro da Europa.

Já chega... digo eu ... Não chega?

Construção Composição: Chico Buarque
Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ? A BRIGADA NÃO COMPRA CASA, QUANTO MUITO ALUGA, MAS AGORA VIVE NO QUARTEL, POIS É LÁ QUE AS BRIGADAS SE SENTEM BEM.

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