Caros Bloguistas Militantes
Andamos a discutir o salário mínimo um aumento para de 426 euros ou seja pela moeda antiga ainda não chega aos 90 contos, o certo é que foi acordado.
Mas como sempre, os projectos de empresários que cá temos, fizeram um recuo exigindo que haja limite de indemnizações em caso de despedimento.Com o espírito dos Chicago Boys, com o desastre que esta política dos anos 80 produziu e que agora sentimos as vagas feitas nessa altura, imbuídos desse espírito vem exigir maior flexibilidade no emprego.
Este é um recuo que nos faz lembrar que a história é cíclica. O querer voltar às praticas do SEC. XIX com as devidas adaptações para pior foi, é e será uma péssima política como agora estamos a sentir. A concertação social anda a discutir o salário mínimo, salário esse que devido ao seu valor eu apelido de salário ínfimo.
É ínfimo porque os portugueses alem de ganharem pouco são obrigados a gastar mais que os outros povos europeus que pertencem tal como nós, felizmente, à Europa desenvolvida.
Vejamos:
A Espanha tem o combustível mais barato, e nós estamos no top da Europa em gasolina e gasóleo mais caro, somos o 10º país.
Quanto às Casas, na Europa são mais baratas tanto para compra como para arrendamento, e não estou a falar em termos brutos mas em termos percentuais, e mais ... não vale a pena comparar uma capital cosmopolita como o são Bruxelas ou Genéve, que estão a uma hora das principais capitais europeias, com Lisboa que está muito mais longe e nos confins ou princípios da Europa.
Mas deixemos a comparação das casas e falemos de chop-chop que é como quem diz da comida que se compra no supermercado, que está ao mesmo preço que os espanhóis e franceses e ás vezes mais cara, tanto percentualmente como em termos brutos.
Mas comparemos outras coisas, por exemplo os automóveis, são os mais taxados, e devido a estarmos na periferia implica que também são mais caros do que por exemplo aqui ao lado em Espanha em que são mais baratos e na então na Alemanha nem se fala.
E que dizer das roupas? São algumas feitas cá no burgo, assim como outros produtos industriais, saem para o estrangeiro e retornam a Portugal mais caros, com um negócio assim quem não é rico? E se falarmos das viagens low cost? Essas por estarmos na periferia e por falta de visão nossa, só chegam cá 1/10 das ofertas das companhias aéreas. Acresce que as viagens internas na maior parte dos países são muito baratas para permitir a mobilidade, cá nós... digamos assim, quantas vezes já foi o Caro Bloguista Militante aos Açores e à Madeira? sem ser em trabalho como é óbvio... pois eu também não... é caro...
As estâncias de férias lá fora são melhores e mais baratas e também melhor aproveitadas que aqui na nossa freguesia, além de terem um atendimento muito superior ao nosso. E que dizer dos bancos, que ultimamente tem sido tão falados e responsabilizados, tem cá taxas remuneratórias e regalias e exigências piores da Europa e com os bancos a terem os lucros percentuais mais altos do que os restantes países... pois agora tramaram-se ... ou não.
E se falarmos dos serviços? Aquele bem essencial de hoje em dia que é o telemóvel, temos um custo de chamadas mais caras e com menos regalias. A h2o, a net, a electricidade, a tv mais caros e sem a qualidade desejada.O fisco que nos taxa em demasia para as regalias que não temos.
Os transportes que só agora tem certificação de qualidade e mesmo assim duvidosa, vejamos o caso dos passes que aumentam sem as devidas compensações de qualidade e melhoria nos transportes, como por exemplo a intermodalidade e a coordenação entre companhias. Pois é Caros Bloguistas Militantes, o salário mínimo que andamos a discutir não é só o salário mínimo, mas sim toda a conjuntura e estrutura em que estamos inseridos.
E não falam os patrões dos salários máximos que escandalosamente usufruem e que são os mais altos da Europa, porque será?
Como sabem eu não sou contra os ricos, o que eu quero mesmo, como disse Olof Palme, é acabar com os pobres... mas não é puxando o nó da corda para eles se enforcarem...é dando condições. A justiça social impõem-se, sim porque além de receber-mos o ínfimo salário ou mesmo o médio salário estes não atingem o mínimo dos outros países e com a agravante que pagamos mais.
Há aqui qualquer coisa que não bate certo.
Assim não temos possibilidade de poupar.
Temos muitas outras coisas boas é verdade, mas entre o deve e o haver não nos está a compensar nada... nitidamente não está. Um país onde um imigrante para poder enviar dinheiro, para o seu país de origem, tem de viver em casa compartilhada com 4, 5 ou 6 e ás vezes com 10 imigrantes, onde dormem em camas de submarino, ou seja praticam a política da cama quente, onde se levanta um e se deita outro, por isso a cama está sempre quente.
Onde um imigrante tem 2 ou 3 empregos para poder amealhar alguns tostões, coisa que muitos de nós ou não faz ou não aguenta, pois tem uma estrutura familiar que tem de dar atenção e que tem de suportar e temos assim de viver á mingua, e esse é um dos motivos que já não queremos aceitar alguns tipos de trabalho. Além de um país de salários baixos tornámo-nos pela nossa demanda europeia e pelo euro um pais de imigração pobre em salários na sua terra e rica em conhecimentos que não aproveitamos.
Com este aumento de 23 euros do salário ínfimo, que a concertação social negociou, o maior da última década, não sei o que vou fazer ao dinheiro.
Olha se calhar vou ao cabeleireiro...
Dia de S. Receber música: Xutos & Pontapés
Embora falar da arte
Da arte de sobreviver
Daquela que se descobre
Quando não há que comer
Há os que roubam ao banco
Os que não pagam por prazer
Os que pedem emprestado
E os que fazem render
Este dia a dia é duro
É duro de se levar
É de casa pró trabalho
E do trabalho pró lar
Leva assim uma vida
Na boínha sem pensar
Mas há-de chegar o dia
Em que tens de me pagar
Ai é o dia De S. Receber
Dia de S. Receber
Já não chega o que nos
Tiram à hora de pagar
É difícil comer solas
Estufadas ao jantar
De histórias mal contadas
Anda meio mundo a viver
Enquanto o outro meio
Fica à espera de receber
Ai é o dia de S. Receber
Dia de S. Receber
Ai a minha vida
Ai a minha vida
É assim esta diálise
Entre o deve e o haver
Sei que para o patrão custa
Enfrentar este dever
O dinheiro para mim não conta
Eu trabalho por prazer
Mas o dia que eu mais gosto
É o dia de S. Receber
PARA A BRIGADA O MELHOR DIA É O DIA DE RECEBER O PRÉ... OLARÉ SE É... AÍ É QUE A BRIGADA FICA LIGEIRA.
Há quem chame jornalismo a isto
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«Joana Mortágua traz um cravo ao peito, traz até os lábios vermelhos como
sinal de assinalar esta cor associada ao 25 de Abril.»
*H...
Há 10 horas
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