Caros Bloguistas Militantes
vamos continuar a dissertar sobre como CONCRETA e ESPECIFICAMENTE, poderemos cortar na despesa e aumentar a receita no Orçamento Português.
Esperar é sofrer. Tanto pela ansiedade associada à expectativa de ver algo se realizar como pela sensação, na maioria das vezes correcta, de que se está a desperdiçar algo valioso: tempo. Estima-se que um americano médio gaste cinco anos de vida parado em filas e seis meses à espera que os semáforos abram.
"carpe diem quam minimum credula postero"
"Carpe diem quam minimum credula postero
Tu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero".
Traduzindo para português corrente... o melhor que me foi possível.
"Aproveita o dia, confia o mínimo no amanhã.
Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses te darão ti ou a mim, Leuconoe, com os adivinhos da Babilónia não brinques. É melhor lidares apenas com o que se cruza no teu caminho. Se Júpiter muitos invernos te dará ou se este é o último, que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar Tirreno: sê sábio, bebe o teu vinho e para o curto prazo reescala as tuas esperanças. Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está a fugir de nós: Aproveita o dia, confia o mínimo no amanhã".
"Odes" (I, 11.8) do poeta romano Horácio (65 - 8 AC) Nada como a simples expressão " Carpe Diem " resume tão bem o efémero da vida, o presente volátil, a inutilidade de sonhar o futuro esquecendo de viver o presente...Tornem as vossas vidas extraordinárias...
Chegar atrasado e atrasar a vida aos outros é impedir que as vidas de uns e outros se tornem extraoridnárias.
Quando falamos aqui do não cumprimento de horários, também o fazemos em duplo sentido, no estrito e no lato.
No sentido estrito falamos concretamente de: Chegar pontualmente, ter, como se diz na gíria, a pontualidade britânica; já no sentido lato, falamos no cumprimento de prazos estabelecidos, como é o exemplo dos suiços ou dos povos nórdicos; quando dizem que determinada obra numa rua dura 120 dias, é porque é essa a duração que vai ter.
E sabemos, porque já assistimos, in loco, que no dia exacto ou mesmo antes, já está a rua pronta a circular, e mais importante sem inaugurações ou re-inaugurações.
O Jornal de Noticias abordou este tema:
http://jn.sapo.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=579758
Com bastante profundidade temos este Estudo/Monografia:
Sobre a Pontualidade em Portugal
http://farol.wikispaces.com/file/view/Estudo_AdCapita-AESE_Pontualidade.pdf
Imaginemos que é marcada uma reunião ou um jantar partidário com o lider do partido, foi marcado para as 21 horas, e ele só chega às 21.30, quais as consequências?
Se as reuniões forem à noite, e geralmente são, quanto mais tarde começarem menos "capacidade", atenção e paciencia, temos para ouvir, e isso tem custos subjectivos e são elevados. O facto de ser um desrespeito, marcar reuniões ou outro tipo de encontros, e não se chegar a horas, implica às vezes perder transportes ou ligações de transportes, adiamento de decisões, e principalemente mexe com a esfera pessoal de terceiros.
Bom mas deixemos o plano pessoal e vamos para o plano colectivo.
Ou seja o custo principal e que a todos afecta, e que é grave, é um custo de sistema, é um custo de sociedade, e o custo disto tudo é todos nós não confiarmos no sistema.
Depois nas obras temos o costume que é: Ah e tal esqueci-me que era necessário mais isto ou aquilo, e temos de refazer o caderno de encargos nesses pontos especificos. Isto faz com que as obras demorem mais tempo e o dinheiro que todos temos de pagar e que poderia ser canalizado para outra obras ou para ajudas, vai parar direitinho ao bolso de alguêm. E porquê? Porque um fulano se esqueceu de colocar algo que era essencial na obra, e logo a obra é mais cara, e o tempo prolongado.
Não há sanções para o decisor político que não sabe o que anda a fazer, ou para o orçamentista, ou para o projectista, ou para o executor da obra, ou seja todos saem impunes disto, e NÓS O POVO, é que pagamos a factura.
Mas há implicações piores, é que devido a este facto de se atrasarem obras, de se adiarem decisões, muitas vezes tem custos em termos de vidas quer humanas, quer de outros animais, quer de vegetais. Porque se estivermos a falar, por exemplo, de obras que são necessárias a montante dos Rios e elas não são feitas a tempo e horas, para prevenirem cheias ou enxurradas, ou como é o caso da não limpeza das matas no Inverno ou dos leitos de cheias no Verão, pode acontecer que devido à não finalização das obras, como foi o caso de Loures ou da Madeira ou da maior parte das matas do nosso país,assistimos todos os anos ao triste culminar de todos este erros que muitas vezes nos custam vidas e prejuízos materiais enormes.
No estudo/monografia que acima nos referimos as conclusões são as seguintes:
Onde nos encontramos, nós PORTUGUESES
O panorama geral é desolador. Senão, veja-se:
Ao nível dos indivíduos, cerca de
• 95% dos portugueses não são habitualmente pontuais.
• 30% dos portugueses não têm o hábito de basear o seu dia de trabalho numa agenda diária.
• 60% das pessoas agendam mais tarefas do que aquelas que sabem conseguir efectivamente realizar.
• Dois terços das pessoas normalmente não conseguem evitar serem regularmente interrompidas quando estão ocupados com outras tarefas planeadas.
Ao nível das organizações, os dados continuam alarmantes. Cerca de
• Mais de um terço das organizações não se preocupa efectivamente com a pontualidade.
• Dois terços das organizações não têm habitualmente implementado iniciativas para melhorar nas áreas de gestão mencionadas no estudo.
• 60% das organizações não tem uma preocupação consistente com a gestão eficiente das reuniões.
• Dois terços das reuniões no nosso país não começam à hora marcada.
• Metade das reuniões não possui uma agenda de trabalhos distribuída antecipadamente.
• Quando existe agenda, em 40% dessas reuniões não é seguida.
• Metade das reuniões não cumpre os objectivos que era suposto atingir.
• 60% das reuniões não seria habitualmente necessária para conseguir os objectivos propostos.
• Um quarto das organizações não se preocupa normalmente com o cumprimento dos prazos, designadamente de pagamentos
• 80% das empresas vê o desempenho do negócio ser prejudicado pelo incumprimento de prazos.
Fazendo a interligação com A "SIESTA", o não cumprimento de horários está directamente relacionado com a nossa baixa produtividade, e por falar em produtividade, vejamos o seguinte:
Antes do mais queremos fazer aqui uma declaraçao de interesses:
Adoramos dormir, para nós não há nada como um bom sono descansado.
Mas todos nós sabemos que o stress do dia a dia, que o tempo que se perde nas filas de trânsito, são horas que nos "roubam" à cama, são horas que nos tiram ao nosso merecido decanso.
Acordar mais cedo para nos meter-nos no trânsito e nos tirarem do "sono dos justos", é no mínimo injusto.
Todos sabemos que o homem não trabalha a 100% sempre, desde que se levanta até ao deitar.
E, também sabemos, que a meio da jornada de trabalho, o Ser Humano necessita de "Re-energizar" ou seja repor a sua energia.
Somos todos seres humanos, logo somos todos falíveis e não temos energia continua.
É necessário descansar, para que mais tarde possamos retomar a nossa actividade com Força e Vigor, para que tudo saia em Beleza.
Este site que está em Castelhano, dá-nos alguns conselhors úteis, sobre " La Siesta"
http://www.mujeresdeempresa.com/lifestyle/080301-beneficios-de-la-siesta.asp
ou então neste site também em Castelhano:
http://www.natursan.net/todo-sobre-la-siesta-beneficios-y-virtudes/
ou neste
http://www.saramariner.com/index.php/2007/06/21/7-beneficios-de-la-siesta-para-tu-calidad-de-vida/
Mas para não dizerem que são só os ESPANHÓIS que recomendam a SIESTA, os americanos do Washigton Post também escreveram sobre a matéria, é só ver em:
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2008/04/25/AR2008042503118_pf.html
Todos nós já passámos pela experiência de que num dia de trabalho, após o almoço nos dá aquela calanzeira, e se comermos um cozido ou algo mais pesado então os "sintomas" agravam-se...
Por isso uma sesta vinha mesmo a calhar, e o engraçado é que está provado cientificamente, que essa pausa para descanso a meio da tarde, revitaliza e aumenta a produtividade e melhora a nossa saúde.
São esses 15, 20 ou 30 minutos após o almoço, geralmente, antes das 16:00h, que, segundo os investigadores : Dra. Sara Mednick, PhD em medicina do sono da Universidade da Califórnia, e da Europa os cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Atenas, liderada pelo médico Androniki Naska, dizem que beneficia mais os homens trabalhadores,e são responsáveis por:
*reduzir o risco de diabetes
*aliviar as enxaquecas
*ajudar a perder peso, alterando o metabolismo que afecta o apetite cardíaca, *pressão arterial alta e outros problemas cardiovasculares
*regenerar algumas células da pele, dando aparência mais jovem
*eliminar a necessidade de drogas como a cafeína e o álcool, manipulando o seu humor e os níveis de energia
*aumentar e especificar o pensamento, ajudando a tomar decisões
*melhorar o humor
*aumentar sua energia sexual, principalmente após o jantar
*acelerar a capacidade de realizar tarefas motoras, como digitar e operar máquinas
*melhorar o sono nocturno
*reduzir o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, insuficiência
*aumentar a capacidade de aprender algo novo e, melhor ainda, lembrar-se disso
(O estudo, publicado na Archives of Internal Medicine , acompanhou o histórico médico de mais de 23 mil pessoas, com idades compreendidas entre os 20 e os 86 anos, que não tinham problemas cardíacos ou outra doença grave.)
Contudo, há que ter cuidado, para não se entrar na fase de sonolência, ou seja, o terceiro grau do sono, dependendo da pessoa, que geralmente é a partir dos 45 minutos de repouso. Ao alcançar esse mesmo grau, ficará sonolento, e não obterá o rendimento pretendido durante o resto do dia, ou pelo menos, parte dele.
Nisto nós admiramos os espanhóis, estão muito avançados no tempo em relação a esta matéria. A Espanha tem a sua “Siesta”, e, parece não estar só na União Europeia, a Hungria levou ao seu Parlamento, uma lei para instituir "finalmente" uma lei de jeito... a "lei da Sesta".
O segundo país da União Europeia a aprovar a "Sesta" (em Espanha não tem a lei da "Sesta" escrita,mas... está instituída), pode ser que seja o começo do cair das peças de um Dominó que há muito todos esperam.... A SESTA... para a Europa inteira.
(Não é que não andem todos a dormir...mas isso é outra história)
Conforme notíciou o "D.N." em 20 Março 2006, "Sesta diminui risco de acidentes no trabalho", isto foi dito e provado nos actos preparatórios da I Conferência Nacional da Sesta. O cenário onde se realizou foi perfeito. Nada mais nada menos que no Alentejo. Aliás, esta zona do País é tradicionalmente a parte do nosso território mais ligada à pausa para o descanso, segundo os especialistas.
A iniciativa, da responsabilidade da Associação Portuguesa dos Amigos da Sesta (APAS), já ficam a saber que existe uma e que tem sócios em todos os distritos do país.
Portugal que é um país com um clima "encalorado" uma grande parte do ano, é um país mediterrânico, bem que podia instituir uma lei da Sesta.
A "Siesta" é reconhecida em todo o lado, até na mais insuspeita "arte" ela está retratada, os pintores famosos pintaram a "Siesta".
E se a pintaram é porque viram nela algo grande, algo que deve ser considerado, algo que deve ser imortalizado numa tela.
Sim, sabemos o que a Sesta faz falta depois do almoço, depois daqueles almoços que nós gostamos de ingerir, e que não cabe nem mais um dedo , nem alho nem nada ;-) .
Não estamos a falar dos McDonalds e companhia e das suas calorias de rápido desgaste.
Estamos a falar dos bons pratos da culinária Portuguesa:
- Bacalhau com natas, regado com um vinho Branco fresquinho à maneira,
- Uma boa feijoada com tudo a que temos direito,
- Um bom bifinho com ovo a cavalo, é verdade que o bife já não tem o sabor de há 20 anos atrás, mas é sempre bom;
- Um Arroz de frango,
- Um bom peixe assado,
- Uns choquinhos sem tinta (os dentes parecendo que os andámos a engraxar não fazem o nosso género)...
Caros Bloguistas Militantes
Nunca ficaram com a sensação que não cabia mais nada e se ingerissem estragavam a refeição?
Sim, almoços como esses, que precisam de ser bem digeridos, sem stress, na boa e na calma ....que a nossa comida é boa e a bebida ainda é melhor.
Além de estar provado cientificamente que após a Sesta... vem sempre um Sábado... não era isso que queriamos dizer ;-) ...
Após a Sesta a produção no trabalho sobe, existe mais alegria no trabalho... então após uma feijoada até temos direito a efeitos especiais e tudo... mas faz parte.
Quem diz Sesta, diz descanso depois do almoço ou seja não empregar logo as energias a trabalhar.
Por exemplo aproveitar para ir ás compras, desenvolver o comércio nacional, tudo menos trabalhar.
Isto porque como disse está cientificamente provado que depois de um descanso pós almoço, o trabalho é mais produtivo.
É a velha táctica, de dar um passo atrás para depois dar dois para a frente.
Todo o reino animal faz a "siesta". Não gasta energias inutilmente depois de as ter reposto no seu organismo. Depois de comer os animais, deitam-se e descansam... e quão deleitados estão eles ali deitados.
Sim, grande lei a da Hungria, sim "Viva a Espanha."
Nós já adormecemos à frente do PC (não foi à frente do Hotel Vitória ou na Soeiro Pereira Gomes ;-) ) estamos a falar do monitor do Personal Computer, até já démos cabeçadas involuntárias no ecrã... principalmente em dias de calor... que nos deixam moles, tão moles que invejamos os animais que se sabem precaver...
Se os animais e os os espanhóis fazem a Siesta... e se os espanhóis fazem nós também queremos fazer, não queremos ser menos que os Húngaros.
Ah pois não...
As Horas Extraordinárias - Sérgio Godinho
Foi a saudade do teu braço
e o olhar que já da luz me dói
trabalhei sem dar p´lo cansaço
horas extraordinárias, foi
um dia que passou num furacão
um furacão que se amainou, só
quando, aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
E assim que volto ao meu lugar
reencontro com dor e com prazer
o coração que fiz falar
à máquina de escrever, a ver
ela a dar corda à máquina de amar
e um coração a se amainar, só
quando aparte o amor
eu me vi só
atirando amoeda ao ar
diz-me que cara ou coroa
eu vou ganhar
diz-me quanto eu fiz bem
em me apostar
e que bem fiz em ter por necessárias
as horas extraordinárias
Ele há cargas fantásticas não há? A Brigada depois de almoço não ataca, fica a fazer a SIESTA, mas chega sempre às horas que decidiu chegar.
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