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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

terça-feira, 18 de março de 2008

POR DESAMOR A GUERRA FICA PARADA

Olá caros bloguistas militantes,

Este é o BLOGUE DO DIA, selecionado aqui pelo vosso cabo da brigada. Porque a nossa Brigada é ouvida a cavalgar, por esses montes fora combatendo a iniquidade, as trevas, a ignorância (a nossa própria incluída) e outros males que contribuem para a desarmonia do Universo, o mestre ideólogo do "blogue caderno da corda" Davi Reis teve a gentileza de nos pedir a divulgação de um seu evento, e como esta brigada é dura na palavras (pelo menos assim pensa que é, se não for deixem-na pensar, porque quem somos nós para aos tolos tirarmos a felicidade), mas generosa nos actos, a vontade lhe fizemos, e pelo que já dele lemos achamos que vale a pena, com ele as trevas do universo dissipam-se sempre um pouco mais, e todos com pouco fazemos muito, por isso o blogue de hoje :
http://cadernodecorda.blogspot.com/2008/03/29-de-maro-18-horas-apresentao-do.html - Basta clicarem em cima do link para lá irem ter

Caros Bloguistas Militantes, No Post de hoje , vamos tratar de Divórcio.
Sabem todos, tão bem como eu, que as surpresas podem acontecer todos os dias ou quase, basta não nos acomodar-nos à rotina rotineira que nos tentam burocráticamente fazer habituar.
Conheci esta minha colega/amiga, há uns meses atrás, e inteligente como é cativou-me, e como seu colega e amigo temos conversado bastante, sobre temas de direito e não só.
Um destes dias, depois de uma P.I. (Petição Inicial), de divórcio litigioso que tínhamos estado a aprender a aperfeiçoar, veio a talhe de foice, a conversa sobre divórcio.
Veio à guisa da nossa conversa, que não compreendia porque é que não existia divórcio por DESAMOR, já não era a primeira vez que me falavam sobre o assunto, já uma colega de Mestrado Advogada, me tinha falado do mesmo, há uns meses atrás.
Curiosamente, era a segunda vez que ouvia falar sobre o assunto (esquecido como eu sou, só há dias me lembrei, quando andava a magicar o que escreveria aqui no post, que alguém que já tinha falado sobre o assunto também... estou desconfiado que tenho alzheimer precoce, mas isso agora não interessa nada), mas o curioso disto é que o assunto sempre foi abordado por mulheres. (também só ouvi duas vezes e reflecti mais profundamente uma).
Mas, desta segunda vez, talvez porque a força de uma segunda argumentação sobre o assunto e o debate que se seguiu, deixaram-me a pensar.
Realmente, porque é que não o divórcio por DESAMOR? (Penso que se percebe bem o alcance de Desamor, dispenso-me de o qualificar).
Faço eu, esta pergunta, que sou um homem solteiro e dessa poda não tenho a autoridade material e de experiência para o dizer.
Mas sinceramente, um laico e agnóstico como eu, não consegue conceber essa ideia.
O Casamento é um contrato, sinalagmático, ou seja é realizado pela vontade das partes, livre, em consciência e todo e qualquer contrato é necessário uma pessoa com capacidade para assinar um negócio jurídico tem de ter.
O nosso legislador, no livro da família, que consta do código civil, colocou o casamento, como contrato, é certo, mas ainda em nome dos valores antiquados, castradores e com uma pitade de religiosidade, que de todo não se adequa ao mundo moderno.
Como em qualquer contrato, qualquer um dos contraentes entra para o contrato, com vontade livre e esclarecida, mas ao contrário dos outros contratos não pode sair de livre e sua exclusiva vontade.
Porque não hão-de as pessoas poder-se divorciar por DESAMOR, e terem de ficar sujeitas a um contrato, que não querem, não tem vontade, não são livres de rescindir e prescindir.
Porque é que temos de os tornar uns desgraçados infelizes?
É certo, que houve tempos que em Portugal, e reduzo este post unicamente ao nosso país, embora eu ache que deveria ser universal, mas escrevia eu que houve tempos que no nosso país, o divórcio nem sequer estava consagrado no código civil, salvo erro foi com o 25 de abril, (esse dia que é feriado e que eu me esqueci na contagem do tempo, mas isso sao contas de outro rosário civilistico), que tal consagração veio a dar-se.
Antigamente era uma vergonha os casais separarem-se, histórias de homens e mulheres infelizes no casamento e que não podiam quebrar o contrato, é o que para aí não faltou e não falta ainda.
Histórias de um contraente ser infiel ao outro, de violência doméstica repetida e continuada, antes do divórcio ser aprovado não faltavam, os contraentes aguentavam estóica e abengadamente, eram e foram tão frequentes.. e ainda o são mas felizmente em muito menor grau e percentagem.
Foi da ideia de casamento para sempre, imposto por séculos de uma religião castradora e equilosada, que as histórias da carochinha, branca de neve, cinderela e outras princesas, povoaram os espiritos ocidentais, e que alienaram homens e mulheres para a eterna felicidade, estórias das histórias que a história nos vai dando.
O facto de não nos podermos desvincular, quando e como queremos do contrato de casamento como outro qualquer contrato, o facto de não haver divórcio por desamor, e as condicionantes de desvinculação do contrato ter de ser por vontade única e exclusiva de ambas as partes ou então decretada por um tribunal, que ainda, por lei, tenta que conciliar o inconciliável, dá origem a histórias que nos fazem pensar.
Lembro quase perfeitamente, daquele caso real, que nos foi contado numa aula de Civil, que a mulher praticou um triplo homicídio.
Ela, a dita cuja, todos os dias ou quase, levava um arraial de porrada do marido bebado. Ele cumpria á risca o provérbio árabe (penso que esterja escrito no Corão, se não está a minhas desculpas, mas que é árabe, digo isto porque assim mo garantiram) "Todos os dias dá uma tareia á tua mulher, se tu não souberes porque, ela saberá".
Todos os dias aquele homem fazia do lombo da mulher um tamborete, mas como em tudo na vida, o ser humano tem um limite, e aquele dia foi o dia, quem sabe faz a hora não espera acontecer, como diz a canção.
Ele todos os dias ia almoçar a casa, vindo das obras ou da mina, já não sei bem, e ela preparou-lhe o seu prato especial, o seu prato favorito ( não, não eram favas com chouriço como diz a canção do José Cid), era FEIJOADA, e o prato foi preparado com especial carinho de veneno.
Veneno, essa arma elegante e discreta e eficaz, que ao longo do tempo homens e mulheres usaram para se desfazerem de mal entendidos, maus casamentos, adversários políticos, portanto uma arma com multifunções antiquissima, ah! mas quem disse que as armas antiquissimas nao são eficazes?
O marido vem para almoçar, como todos os dias, chega á hora certa, como todos os dias, ela tem o almoço pronto a ser servido, como todos os dias.
Mas infortunio dos infortunios, quando o nosso karma traça o destino, só o impossível nos consegue desviar.
Então não é que, o alvo desta infeliz, maltratada e moída mulher, que se o amor a juntara naquele casamento, já há muito que aqueles belos laços que o padre tinha dito que eram para sempre, foram quebradas á custa de tanta embriaguês e porrada do seu ex-amado, mas diziamos nós, não é que o alvo da feijoada com gostinho especial, resolve naquele dia levar dois colegas para almoçar lá a casa.
A sociedade, machista, com os seus estigmas e dogmas nos leva a certas e impensáveis locuras.
Tal como diria Julio César . alea jacta est, a sorte está lançada, e então lá morreram os 3 satisfeitos e de barriga cheia de uma excelente feijoada com o tal ingrediente especial.
Resultado um triplo homicidio, e se quissemos ser mauzinhos será que ela consegui dar alivio a três lares, será que com uma só cajadada, antecipou para mais cedo o que mais tarde era certo?
Houvera divórcio por desamor, pudera ser na altura e agora a mulher melhor tratada e ter independência, e esta pobre desgraçada teria cometido tal crime?
É tão triste quando assistimos á verborreia legislativa, e no fim vemos que a lei não acompanha o ritmo da vida.

Solamente una vez... (nãosei quemé o autor)
Solamente una vez
Ame en la vida
Solamente una vez
Y nada mas.
Una vez nada mas
en mi huerto
Brillo la esperanza
La esperanza que alumbra
El camino
De mi soledad.
Una vez nada mas
Se entrega el alma
Con la dulce y tota
lRenunciacion.
Y cuando ese milagro realiza
El prodigio de amarse
Hay campanas de fiesta que cantan
En el corazon.
Una vez nada mas...
Y cuando ese milagro realiza
El prodigio de amarse
Hay campanas de fiesta
Que cantan
En el corazon.
Solamente una vez...
Solamente una vez...

ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS NÃO HÁ? MAS CADA VEZ MAIS HÁ DIVORCIADOS NA NOSSA BRIGADA QUE DE 15 EM 15 DIAS NÃO PODEM APARECER PORQUE TEM DE FICAR COM OS FILHOS... ISTO ASSIM JÁ PARECE A GUERRA DO SOLNADO, PERDE-SE A BALA, PERDE-SE A GUITA E A GUERRA FICA PARADA...

1 comentário:

Anónimo disse...

Amigo Napoleão,
O divorcio por desamor, ou porque simplesmente quero. Gostava e já não gosto. Como posso acabar facilmente, tb posso começar facilmente. Este é o preço. O casamento deixa de ter a importância que deveria ter, normalmente com filhos muito pequenos que vêm os seus direitos fundamentais a serem pessoas gravamente prejudicados. Tudo em nome da felicidade, mesmo que efêmera, e é cada vez mais efêmera, porque hoje tudo é para usar e deitar fora. E amor, que agora dá em desamor, e deve ser fundamento para divórcio, sem qq prazo, trará ao casamento a dimensão da união de facto, e levará para dentro dele a filosofia indivualista do "eu" sem qq respeito pelo outro ou seja, sem "nós". A permissa de partida é tb duvidosa. De que há amor e depois desamor, na facilidade de tudo dispensar e nada perservar, que a mim me perturba mt mais qd há filhos menores, inocentes, violentamente maltratados pelas separaçoes, com direitos a um ambiente diferente daquele que é vivido na separação, onde não há fadas, pai natal, robim dos bosques, magia, sonho, mas sim e apenas um mar de problemas de adultos com "desamor", conflito, deserto...
O mundo deveria ser belo, pois a beleza é interior.
É o preço da ilusão da felicidade do "eu", ainda que esse desamor mais não seja a mais das vezes um emorme desiquilírio de quem o vive.
Um abraço amigo.
Joaquim Silva