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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

isto anda tudo ligado

Caros Bloguistas Militantes

Porque se queixam os cidadãos que a democracia não funciona?

Porque é generalizado o descrédito pelos cidadãos sobre a política?

Porque é que em tempo de crise alguns clamam em surdina por ditadores?

A Democracia e as suas práticas deveriam ser ensinadas a todos desde pequeninos, e relembrada frequentemente aos mais velhos.

Numa Républica a Democracia dá-nos direitos e deveres.

Temos o direito de ser livres e de nos expressarmos, mas também temos o dever de preservar e lutar por essa Liberdade e pugnar para que a livre expressão se mantenha.

Quando falo em Liberdade e livre expressão, não me refiro a libertinagem, não falo em abuso. A liberdade e a livre expressão tem regras, tem balizas, tem normas, está longe de ser uma liberdade libertina.

Pelo contrário, devemos ter respeito pelos outros, bom senso, como refere o nosso código civil dever-nos-emos comportar com o bom descirnimento de um "pater familias".

E isto tudo na medida certa para não cercear a imaginação, o livre pensamento, e principalmente o manter sanamente o funcioamento de uma democracia republicana plena.

Difícil? É com toda a certeza!

Trabalhoso? Sem dúvida alguma.

Mas o preço da Liberdade e da democracia, é a eterna vigilância, como alguém disse outrora, e que eu adaptei para aqui.

Os cidadãos para exercerem o seu direito de se queixarem, deveriam ter cumprido antes outros deveres para com a Democracia.

Eu não estou a dizer que não se queixem, só estou a afirmar que talvez as queixas surgem por não cumprimento dos deveres como cidadãos.

É a lei da física apresentada com argumento "ad contrario" acção-reacção, neste caso uma omissão-inconsequência.

A Democracia tem de ser participativa e activa, permanentemente, tem as suas exigências vivermos num regime destes.

Constata-se que em Portugal temos tido em média 35%, na última eleição foi 39,20%.

Mas não é a última eleição que me interessa, interessa-me esta, as anteriores e as futuras, é o princípio que aqui estou a discutir, o facto de recorrer aos dados da última eleição é meramente instrumental.

Aproximadamente somos 12 milhões, recenseados ou seja que podem votar sao cerca de 8.750.000 de cidadãos.

Votaram aproximadamente 5.700.000 cidadãos, 39,20% não se deram ao trabalho sequer de lá por os pés, o que dá a quantidade de 3.072.000 de cidadãos que não votaram.

Os votos em branco e nulos prefizeram 2,93% que dá aproximadamente 170.000 votos, tudo somado dá 3.240.000 milhões cujo voto ou participação não contou (embora eu tenha uma opinião muito própria sobre os votos brancos, que agora não a vou colocar aqui).

Os últimos números, prometo, para um partido ter maioria tem de ter aproximandamente 40% dos votos isto é válido para este e para outros governos, ou seja aproximadamente segundo a votação que se teve este governo (leia-se eleição de deputados) precisou de 2.500.000 milhões de votos para ganhar.

Por isso caros bloguistas militantes, ouvimos deste e outros governos após metade da legislatura, ou desta ou de outras câmaras, ou desta ou de outras juntas "EU NÃO VOTEI NELES".

Pois não, caros bloguistas militantes, têm toda a razão, não votaram, com este baixo nível de participação democrática, fazemos que um governo que tenha a maioria absoluta dos votos, seja eleito com uma percentagem de 28,5% da população votante portuguesa.

É natural que um em cada quatro portugueses, não tenha votado neste ou noutro qualquer governo ou sequer tenha votado.

s cidadãos alhearam-se da Democracia da Républica e estão a colocar com o seu alheamento a liberdade em sério risco, está a deixar que a Liberdade seja condicionada só por alguns, mas isso qeu interessa?

O Benfica ganhou e isso é que é importante.

Isto anda tudo ligado -Sérgio Godinho

Ainda não vi
ainda não
a impressionante mariposa
a pretendente pesarosa
a tarde morna e vagarosa
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

Ainda não vi
ainda não
o riso que tudo desvenda
o reverendo e a reverenda
o leão ferido e a sua senda
a face clara da possível confusão

Ainda não vi a hora H
ainda não vi a mão em V
ainda não vi o dia D
em que a guerra final começará

Quando eu nascer para a semana ó mana
quando eu nascer para a semana
hei-de ouvir o teu parecer
hás-de me dizer
se é cada coisa para seu lado
ou se isto anda tudo ligado

Ainda não vi
ainda não
as artimanhas da saudade
a caravana na cidade
a incorruptibilidade
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

Ainda não vi
ainda não
o abraço à porta da taberna
a ideológica lanterna
a mão que avança para a perna
a face clara da possível confusão

Ainda não vi a hora H
ainda não vi a mão em V
ainda não vi o dia D
em que a guerra final começará

Quando eu nascer para a semana ó mana
quando eu nascer para a semana
hei-de ouvir o teu parecer
hás-de me dizer
se é cada coisa para seu lado
ou se isto anda tudo ligado

Ainda não vi
ainda não
a grossa lágrima ao espelho
o grande chefe e o seu grupelho
o azul-turquesa e o vermelho
as duas faces da provável solidão

Ainda não vi a bomba H
ainda não vi a de neutrões
ainda não vi os meus travões
a ver se paro antes de chegar lá

ELE HÁ CARGAS FANTÁSTICAS, NÃO HÁ? NA NOSSA BRIGADA OS CHEFES SÃO ELEITOS DEMOCRATICAMENTE, MAS SÓ ELEGEMOS OS MELHORES.

3 comentários:

Luís Alves de Fraga disse...

Pois é meu caro, mas a verdade é que a abstenção é um indicador!
Talvez não de falta de sentido cívico, mas de descrença no sistema. E este sistema é mesmo para nós todos descrermos dele, porque uma maioria "democrática" absoluta é, absolutamente, uma maioria ditatorial.
A diferença entre o Estado Novo de Marcelo Caetano com a sua «ala liberal» e o actual estado de coisas é que ainda só falta implantar a censura prévia... No resto a ditadura é absoluta.
Aqui tem uma razão para, depois de "ditaduras" do PPD, cada vez mais os cidadãos reprovarem um sistema no qual não acreditam.
Falta-lhe uma componente fundamental: o cumprimento da Justiça Social.
Um abraço

Ana Raquel Gomes disse...

Caro colega:
Concordo plenamente consigo – liberdade implica responsabilidade! Infelizmente, o português não quer saber nem está virado para isso... O que lhe interessa é o futebol, a cerveja e a comida! (versão actualizada à da época do salazarismo). Enquanto a mentalidade, a maneira de estar e forma de actuação actual não for alterada pelos interessados, manter-se-á o "status quo"... E Portugal tornar-se-á, apenas e tão só, tal como a canção o diz, "um País à beira-mar plantado", a caminhar para uma província espanhola! E... viva o Benfica / Sporting, Porto / etc.!!!!!

Cumprimentos

Anónimo disse...

Não sou concerteza letrado nas artes da retórica como as pessoas que aqui costumam escrever, respondendo a certas opiniões expressas aqui pelo Napoleão, mas também gostaria de deixar o meu ponto de vista de cidadão de pleno direito deste país à beira-mar plantado.

Exerço o meu direito de voto desde que tive habilitação para tal. No início não fazia ideia do que fazia, era uma coisa engraçada, estar a traçar dois riscos num papel que não fazia ideia para onde depois ia, mas que era engraçado levantar-me de manhã, geralmente em dias muito frios para ir exercer esse meu direito inalienável de cidadão de um país de brincadeira.

Achava graça à minha rua completamente atravancada de carros com toda a gente a reclamar por não conseguirem passar. Geralmente era uma rua calma, mas nesses dias acordava de uma letargia que geralmente demorava 4 anos para voltar (considerando apenas as eleições legislativas).

De ano a ano comecei a notar cada vez mais que o meu voto afinal não era nada significativo para ninguém pois se alguém ganhava por maioria, essa maioria exercia o seu direito, se pelo contrário, alguém não tinha maioria, depressa tentava coligar-se de modo a poder dominar o poder.

De ano em ano vi o meu país e as esperanças de um futuro melhor para mim e para os meus desfazerem-se em fumo, numa agonia que geralmente continuava nas eleições seguintes e prolongando-se até à actualidade. Eu sei e entendo que não é nada fácil governar um país, mas porque não governá-lo orientado para as pessoas que todos os dias "batalham" para que as suas vidas não se tornem áridas devido à descapitalização incessante das famílias e aumento da riqueza do estado.

De que serve ter um estado imensamente rico e orgulhoso de ter cobrado tudo o que são impostos em atraso (não quero com isto dizer que sou a favor da fraude fiscal) se posteriormente do seu alto pedestral, se vislumbra uma sociedade em declínio e sem esperanças de se conseguir levantar debaixo de uma carga fiscal pesadíssima e injusta para as pessoas que deveriam florescer como seres humanos e criar novas famílias que se sentissem felizes de habitar um pedaço de terra próspera?

Lembram-se recentemente do filme "A vida de Uma Abelha"? É uma bela alegoria à vida do nosso governo e das pessoas que o povoam: sabem que o país está a ser drenado com o pesado fardo dos impostos, mas continuam orgulhosamente até à "vitória" final... mas o que acontece depois? o país definha e morre tornando-se um país "neo-esclavagista" que tudo consome em nome da "justiça social" e do combate à fraude fiscal. Não quero viver num país assim, nem tão pouco quero emigrar pois foi aqui que nasci, aqui quero viver e aqui quero morrer sem recurso a terras estrangeiras para ganhar o meu pão.

Ora depois de tudo isto noto cada vez mais que é inútil tentarmos exercer seja o que for pois tudo é manipulado nos bastidores, tornando público os factos consumados sem qualquer interveniência dos espectadores passivos que elegeram de "pleno direito" os seus representantes.

O que fazer perante factos consumados? Dar um tiro na cabeça? Resumir as nossas desgraçadas vidas? Revoltarmo-nos?

Toda a gente resolve, admiravelmente, resumir as suas desgraçadas vidas e continuar a jogar o jogo do poder durante os próximos 4 anos (até um dia o governo resolver alterar a legislação para tornar vitalício este jogo só porque tem maioria absoluta e tudo pode contra povo e tribunais, tornando todas as reclamações e afins ilegais perante a sua perspectiva).

Pergunto eu: perante tal visão, será que realmente vale a pena continuarmos a acreditar nas instituições políticas do nosso país? Nesta fase da nossa vida, assim como em outras anteriores, claro que não. É estar a enterrar o país cada vez mais na ditadura económica pós-25 de Abril, que nos mantém mais tempo presos que a PIDE na época do Estado-Novo.

Não sou de modo algum apoiante de ditaduras, mas anseio que realmente apareça um dia um governante que governe para nós cidadãos, que nos permita viver em orgulho, num país realmente próspero com a riqueza que este país pode produzir e não o faz devido aos jogos economicistas da UE.

Outras opiniões seguir-se-ão mas por ora apenas me saiu isto como cidadão, não letrado nas artes da retórica e do direito.

Apenas um simples cidadão que quer viver bem no seu país.