Caros bloguistas Militantes
Ainda se lembram dos fogos florestais? Foram e são uma calamidade.
Quando as florestas ardem, não colocamos só pessoas e bens em perigo, mas também, e principalmente, a biodiversidade.
Que há-de ser de nós, com esta atitude desabrida para com a biodeversidade?
Quando ardem as florestas, quado arde o verde, arde a esperança de uma nova vida, destroiem-se zona ecológicas, a fauna, a flora, poluem-se a atmosfera, contaminamos cursos de água e lençóis freáticos, os solos ficam sujeitos a uma grande erosão, porque não teem lá as árvores e as plantas para os susterem.
Quando arde uma zona verde, clamamos aos Deuses, como é que isto foi acontecer, quem não cuidou de cuidar a propriedade, que bárbaros e vis assassinos atearam tal inferno?
Preocupamo-nos e bem com as vidas humanas que estão em risco, com os nossos haveres, que há-e ser de nós, agora e no futuro?
Mas a verdade é que nos desleixamos, ao sairmos do campo para a cidade, deixámos uma importante parte do planeta abandonado, sem ser cuidado, e é com isso que nos devemos também preocupar, esta nossa atitude migratória teve e tem feitos nefastos a longo prazo.
Não fazemos uma reflorestação suficiente e eficiente, substituímos o verde pelo betão, nas zonas betonadas não há lugar para o verde, e mesmo que conseguissemos reflorestar em suficiencia, um só pinheiro leva 5 anos a atingir a idade adulta, outras espécies levam muito mais tempo.
Por isso quantos anos levará para recompor a 100% a fauna e a flora? isto se conseguirmos recompor a 100%... pois há espécies que se perderam para sempre... e as espécies interagem e são essenciais umas para as outras, com esta perda... que há-de ser de nós?
Um incêndio florestal é uma catátrofe, a curto, médio e longo prazo, prejuízos materiais sociais, ecológicos e climatéricos.
Como o fenómeno dos incêndios florestais aliado à desflorestação não se passa só em Portugal, seguido na maior parte dos páises pela fúria construtiva dos "patos bravos", queixamo-nos depois que temos calor em tempo de frio, frio em tempo de calor... que há-de ser de nós?
Depois admiramo-nos que temos cheias em locais onde antes nunca tal "se houvera visto".
Os fogos e verão, trazem as cheias de inverno, as cheias de inverno trazem a falta de água em todas as estações, parece um paradoxo mas não é.
Os depósitos de água subterrâneos são chamados os lençóis freáticos, estes são alimentados entre outros pelas águas da chuva, mas para serem alimentados, não pode haver demasiada escorrência.
Por escorrência entenda-se a água que por precipitação cai num monte/montanha, e escorre para o vale, ora se esta água não tiver barreiras à sua passagem vai escorrer livremente.
Se esta água não for retida não alimenta os lençóis freáticos. Então vamos sofrer de falta de água... que há-de ser e nós?
É aqui que as plantas e as árvores tem o seu papel fundamental, retem a água, que vai escorrer para os lençóis freáticos, impedidndo assim que a maioria da água desça livremente o monte/montanha para o vale, impedindo assim que arraste consigo lama e pedras, prevenindo assim cheias como as de ontem 18/2/2008.
Mas com este tipo de atitude passiva , de não querermos saber, de não reflorestarmos, de construirmos em leitos de cheia, estamos a ir pelo bom caminho ... e segue... e então que há-de ser de nós.
Que há-de ser de nós - Letra Sérgio Godinho
Já viajámos de ilhas em ilhas
já mordemos fruta ao relento
repartindo esperanças e mágoas
por tudo o que é vento
Já ansiámos corpos ausentes
como um rio anseia p´la foz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?
Que há-de ser do mais longo beijo
que nos fez trocar de morada
dissipar-se-á como tudo em nada?
Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós
Já avivámos brasas molhadas
no caudal da lágrima vã
e flutuando, a lua nos trouxe
à luz da manhã
Reencontrámos lágrimas e riso
demos tempo ao tempo veloz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós
Que há-de ser da mais longa carta
que se abriu, peito alvoroçado
devolver-se-á: «endereço errado?»
Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós
Já enchemos praças e ruas
já invocámos dias mais justos
e as estátuas foram de carne
e de vidro os bustos
Já cantámos tantos presságios
pondo o fogo e a chuva na voz
já fizemos tanto e tão pouco
que há-de ser de nós?
Que há-de ser da longa batalha
que nos fez partir à aventura?
que será, que foi
quanto é, quanto dura?
Que há-de ser, só nós o sabemos
pondo o fogo e a chuva na voz
repartindo ao vento pedaços
que hão-de ser de nós
Ele há cargas fantásticas não há? Mas não investimos quando os cavalos ficam atolados.
DELITO há dez anos
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