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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

sábado, 8 de janeiro de 2022

"Pois, dizia a minha prima que gosta muito de dizer coisas"

As minhas ideias poderão não ser de todo originais, mas vendo bem , quais são as ideias que são verdadeiramente originais. As nossas opiniões são o resumo de algumas opiniões que vamos ouvindo, e daí formamos a nossa própria opinião, ou então as nossas opiniões têm como ponto de partida a nossa mundivivência. Poucos há que têm uma opinião ou ideias, que se formam para lá disso, pelo menos é o que eu acho...e isso poderemos dizer que é achismo. Bom mas vamos lá. Portugal está em pré-campanha eleitoral, o continuado caminho da nossa democracia ou melhor numa tentativa.

Muito há a dizer sobre isso Portugal (não sei como é nos outros países, mas julgo não ser muito diferente) isto não é bem um democracia. E não o pode ser, nem sequer se intitular como tal, quando só se dá voz a alguns partidos, quando são muitos mais os que vão concorrer às eleições. Ou seja só se dá voz a uma parte do eleitorado (em Portugal, diremos que só se dá voz a uma parte dos Portugueses), deixando uma grande parte do eleitorado de fora. O facto de as TV'S e rádios utilizarem a LEI (que foi feita pelos partidos que têm assento parlamentar) para só colocarem a debate os que eles chama de principais partidos, aliás, à semelhança do que fazem com o futebol onde só têm tempo de antena os mesmos 3 clubes de sempre, tornam desinteressante e afunilam o próprio debate político. É por isso, e não só por isso, que temos mais do mesmo, e que depois o comum dos cidadãos se distancia e não quer saber de política. Ao contrário do que nos querem fazer crer, a maior parte dos cidadãos também não querem saber do futebol. Isto mesmo e apesar de depois todos falarem tanto de um como de outro...mas falam só porque ouviram dizer e não querem ficar de fora. Com diria Raúl Solnado "Pois, dizia a minha prima que gosta muito de dizer coisas". Mas no próximo dia 30 de Janeiro de 2022, temos eleições para a Assembleia da República, ou seja para o Parlamento Português. E tanto havia a dizer sobre Parlamento versus Assembleia da República, mas hoje não vamos por aí. Este é o tempo da agitação política. É o tempo em que os políticos brilham. É o tempo para o qual eles se prepararam, uns melhor que outros. Se quisermos colocar as coisas em termos informáticos, é o tempo das "DEMOS", e, mais adiante, se nós, os eleitores, comprarmos "o jogo" por só termos visto a "DEMO" onde tudo é maravilhas, veremos que muita coisa estava escondida e não foi colocada propositadamente para o "usuário" ver. A campanha eleitoral faz lembrar a anedota do tipo que morre e dão-lhe a escolher entre o céu e o inferno, então tem um tour pelos dois, vai primeiro fazer um tour pelo inferno, onde aparecem mulheres nuas, lascivas e apetecíveis, grandes orgias e mais uma ou outra coisa boa que lhe agradaram bastante. Depois faz um tour pelo céu, onde vê coisas celestiais, coros a cantar, pessoas a conversar, tudo muito calminho, agradável mas talvez um pouco aborrecido. Quando chega a hora de decidir, todo entusiasmado escolhe o inferno. AssIm que chega pela mão do Diabo, este manda os diabretes acorrentarem-no logo e colocá-lo sob um calor intenso e escaldante, daquele que faz a pele do leitão ficar crocante, aparecendo logo um diabrete com o chicote e começa imediatamente a vergastá-lo nas costas. O pobre coitado, que escolheu livremente o inferno, vê o Diabo ir embora e diz-lhe: Mas então e as orgias? e as mulheres e todo aquele paraíso que eu vi quando estava a fazer o tour antes da escolha? Ao que o Diabo lhe responde -Aquilo? Aquilo era uma Demo meu filho... Tendo isto em conta, diremos que até ao dia 29 de Janeiro de 2022, este é um tempo de DEMOS. Parece uma candidatura a um emprego, em que se tenta agradar o mais possível e ser-se genuíno o menos possível. Abriu-se uma candidatura para várias vagas de emprego,mas esclareceu-se que a vaga de chefe é só uma, e todos a querem. É o tempo de ser políticamente correcto para se ser eleito e chegar a chefe. Por isso este é o tempo de vestir o melhor fato e ir a entrevistas.
Este é um tempo de promessas de esgrimir argumentos, da agitar bandeiras, de propaganda, até mesmo e principalmente de alguns golpes baixos. É a sedução ao eleitorado em todo seu esplendor, como diria o jornalista Paulo Dentinho, dizendo ainda que todas as forças políticas estão a pretender alargar os seus fundos de comércio eleitoral. No fundo trata-se de praticar o que a Ciência Política nos ensina, que é o manter, influenciar ou chegar ao poder. Nestas eleições a aposta da bipolarização é descarada, em que se coloca o OU NÓS OU ELES. Vendo de outra prespectiva, ou escolhem os Bons (que somos nós) ou os Maus (que são os outros). Vamos mais longe, querem-nos fazer crer, que nestas eleições joga-se O BOM, O MAU E O VILÃO. Onde os bons dizem que pretendem não se aliar ao vilão, e o interessante é que os maus dizem o mesmo, e no fim vamos ver o Vilão a rir-se, pois é ele que está a condicionar e a conduzir os debates, estando sempre presente, mesmo quando está ausente. O rótulo de BOM, O MAU E O VILÃO, depende dos óculos que colocamos. Se somos mais de esquerda, o bom é um , o mau é outro; se somos mais de direita, o bom será um e o mau será outro, mas para todos o vilão é sempre o mesmo. Por isso esta é a hora de descartar despudoradamente entendimentos com a extrema esquerda e com a extrema direita, pelos menos, dizem convictamente que não o vão fazer. Rio do PSD diz não se querer entender com Ventura do Chega, já Costa do PS desconfia seriamente de Catarina do Bloco e de Jerónimo do PCP/CDU, deixando também no ar que não se quer entender com eles. Isto tudo leva os Socialistas a não esconder as intenções de quererem uma maioria absolbuta, como se houvesse algo a esconder, como se pedir uma maioria absoluta não fosse algo legítimo. Claro que é legítimo, o estranho é que o próprio Partido Socialista fique com pruridos de o pedir... porém já houve uma grande e inequivoca evolução desde de 1995. Já o PSD também não esconde a intenção de querer ser o Partido mais votado, e descartam o voto útil, passando a dizer que o único voto para impedir o outro de continuar a governar é votando neles. Ou seja bipolarizam as intenções de voto, só ligando a uma franja do eleitorado, ignorando ostensivamente a restante, mas com argúcia, pois ignoram-no tentando-o atrair, numa estratégia um pouco esquizofrénica. Os debates têm sido mornos, muito longe do empolamento que a Comunicação Social quer fazer crer, para terem share nas audiencias, dizendo que os debates estão quentes e bons como as castanhas. Muito longe disso, muitos deles não estão a passar a mensagem , não são esclarecedores, nem pretendem sê-lo. Os debates são úteis para tentar perceber a parte do jogo que os políticos deixam a descoberto, sendo que a maiordas jogadas será realizada em manobras de bastidores. Os debates, e isso é dos livros, nunca são totalmente esclarecedores, e, com disse Marcello Sacco, é como um jogo de poker onde se esconde as verdadeiras intenções. Nos debates nunca será revelado, e será mesmo negado, com quem se irá fazer coligações, aliás, o normal será qualquer partido, em particular o PS e o PSD, pedirem a maioria absoluta para governar, invocando o não querer negociar e abdicar dos seus princípios. Por isso como dira a Lena d'água na sua canção "Jogando com as palavras como ninguém, Sabem como hão-de contornar, As mais diretas perguntas". E contornam dizendo nim, ou sim mas também, quando lhes perguntam de possíveis entendimentos, dizendo que estão sempre abertos ao diálogo e que são democratas... Intitulam-se democratas os mesmos que fizeram as leis para que a comunicação soical se escude, de modo a só chamar à liça alguns partidos aos debates. Por isso não vamos ficar a saber que tipos de alianças vamos ter após as eleições, e isto não é só cá pelo burgo, a Alemanha é disso exemplo, os debates e os acordos eleitorais que foram falados na campanha eleitoral, Martin Schulz, negou durante a campanha que se iria coligar com os partidos com que depois se coligou. Na Alemanha quem teve o papel importante no governo alemão, foi o presidente da república. O exemplo da Alemanha é importante para os Portugueses, não só porque a Alemanha comanda, mas e principalmente por isso, porque o nosso sistema é muito parecido com o alemão, por isso, é previsivel que quem vai ter a influência decisiva no próximo governo, após a escolha dos portugueses, vai ser Marcelo o Presidente. Voltando aos debates, é interessante ver os comentadores dizerem quem ganhou os debates, quem perdeu os debates, que é algo que não compreendo... os comentadores de debates. São convidados e na sua maioria estão lá para depreciar o valor do próprio debate. Quando afirmam que o líder x ganhou o debate, estão supostamente a fazer uma avaliação técnica que deveria ser uma avaliação de fundo das ideias, e os comentadores estão longe de saber e conhecer os programas políticos dos debatentes, por isso a sua precepção é isso mesmo só uma precepção. É certo e sabido que quem tem poucas ideias ganha sempre os debates, porque tem poucas coisas para dizer e sabe dizê-las bem, quem enfrenta a política na sua complexidade tem sempre dificuldade em explicar todo o seu conteúdo a quem o ouve, e dificilmente poder-se-á em termos comparativos dizer que ganhou o debate, pois dirão que não conseguiram fazer passar as suas ideias.
Aliás este modelo de debates beneficia quem tem poucas ideias. No mundo em geral, os eleitores raramente votam pelo programa eleitoral que leram. Os programas são complexos, extensos (a maioria) e os cidadãos não têm tempo para eles, quanto mais para lerem os programas que lhes vão condicionar as suas vidas. Sejamos realistas, ninguém lê as condições que os vai obrigar num qualquer contrato com uma operadora de comunicações, como também ninguém lê os programas políticos, depois dizem que não sabiam o que o político diz o que vai fazer e que estava escrito nos programas da mesma maneira que se queixam da operadora que lhe fez uma nova fidelização porque não leram o contrato. Os jornalistas nos debates têm a responsabilidade de realçar os programas de os ler e de fazerem perguntas ou suscitar o debate com o adversário, de fazer com que os políticos esclareceçam e descodifiquem os seus programas mostrando pelo menos parte das suas intenções. Ao não conseguirem este esclarecimento, e isto não está a ser conseguido, se é que alguma vez foi conseguido,leva a que, como sempre, os cidadãos votem em pessoas e não nas ideias. No debate que aconteceu na SIC entre Ventura do CHEGA e Rio do PSD, a jornalista Clara de Sousa da SIC, a jornalista isentou-se voluntariamente do seu papel de jornalista, e ao invés de ser moderadora entre os debatentes, pareceu que estava a ser a mediadora entre dois contendores a ver se eles se entendiam. Naquele debate passados os 25 minutos, não ouvimos uma única ideia nem de Rio do PSD, nem de Ventura do CHEGA, e isto porque a jornalista não fez bem o seu trabalho, saindo os portugueses deste debate sem saber que propostas ambos apresentam. Até porque, por vezes se torna evidente a não isenção dos próprios jornalistas (não de todos, e uns mais que outros) na condução dos debates, mais, os jornalistas em vez do seu papel de condutor, parece que são eles os adversários dos políticos debatentes, ás vezes de um só, tomando o partido do outro, outras vezes dos dois, assumindo a defesa do político de sua preferencia que não se encontra a debater naquele momento. A enxurrada de debates, é interessante, mas havendo 2 ou 3 todos no mesmo dia e o facto de estar disperso por muitos canais, um às 17 horas outro às 21 horas e outro às 22 horas, é um exercício dificil de conseguir ser concluído pelo cidadão, e mais , não nos deixa tempo para pensar e reflectir no que foi debatido. Embora fazendo parte dos debates um tom mais agressivo, isto está a resvalar (nalguns debates) para uma guerrilha verbal, com trocas de agressões vebais com tom desagradável que não permite esclarecer os cidadãos, e para alguns dos debatentes o objectivo é esse, de modo a esconder a falta de ideias. Os debates não estão a ser esclarecdores, com algumas excepções, o debate com a Catarina do Bloco e de Cotrim da IL, foi dos poucos que foi bem moderado, houve uma discussão cordial que permitiu ver os diferentes pontos de vista constantes nos dois programas. No debate de Rio do PSD com Catarina do Bloco, a jornalista permitiu que que os argumentos de Ventura do CHEGA ( que não era um dos debatentes) estivesse presente nos naquele debate, consumindo tempo que deveria ser de esclarecimento acerca do programa do PSD e do BE, e isto deve-se a uma falha e má condução dos jornalistas. A lição que se tira deste tipo de debates, é que devia existir um curso de moderação de debates para os jornalistas, a moderação dos debates em Portugal é muito pouco satisfatória.
Outra lição a tirar, é que para os políticos devia existir uma escola de civismo, é pouco aceitável a forma como o nível baixa rapidamente, haver rasteiras retóricas sim, mas com o mínimo de cordialidade, e não neste estilo truculento a que assistimos e que não é aceitável de todo, até porque não se tira sumo nenhum ,e que é revelador de falta de ideias de muitos dos debatentes. O mais "interessante" nos debates são a reacção aos debates e o tempo que estas reacções ocupam, por analistas que brotam como cogumelos vindos não se sabe de onde. As TV's alegam que os debates tem só a duração de 25 minutos por falta de tempo de antena, mas, e imediatamente asseguir assistimos a analistas a esmiuçar o que os debates disseram e isso dura tanto ou mais tempo que os próprios debates. Tempo esse que poderia ser utilizado para que os políticos explanassem mais as suas ideias. E que bem vistas as coisas, em tempos de Pandemia, este é o tempo que todos temos para ficar a conhecer essas ideias, só colocando os politicos a debater 25 minutos é muito curto. A análise aos debates é quase como passar um atestado de estupidez ao cidadão, pois supostamente explicam-nos o que os políticos queriam dizer, só que cada analistas tem a sua lente partidária por trás, o que tornam estas análises aos debates cansativas, desinteressantes e ....inúteis. Precisamos de poucos segundos, para saber qual o clube (leia-se partido) pelo qual os analistas são trocedores... O conteúdo de alguma análise é tão ridiculo que é de bradar aos céus, seja porque a candidata A fez madeixas, ou o corte de cabelo de B não se adequa, ou o ar de enfado de C via-se que já está cansado e que já se deveria ter reformado, ou que D diz que é católico e não é crente, atirando para as calendas o facto de culturalmente termos todos uma raiz católica, e a maioria não sermos crentes e muito menos praticantes, as estatíticas o comprovam, andar a apontar o dedo a quem o afirma é no mínimo deselegante e despropositado. Para concluir diremos que o resultado do próximo governo será decidido por acordos e entendimentos nos bastidores, o que para o sistema não abona muito, nada que já não andemos a dizer e a escrever sobre o assunto há muito tempo. Estamos muito longe do tempo do debate elegante entre Álvaro Cunhal e Mário Soares, será que vamos conseguir lá chegar novamente? Olhe que não, olhe que não . Demagogia Canção de Lena d'Água Compositor: Luis Pedro Fonseca Dão nas vistas em qualquer lugar Jogando com as palavras como ninguém Sabem como hão-de contornar As mais diretas perguntas Aproveitam todo o espaço Que lhes oferecem na rádio e nos jornais E falam com desembaraço Como se fossem formados em falar demais Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira P'ra levar a água ao seu moinho Têm nas mãos uma lata descomunal Prometem muito pão e vinho Quando abre a caça eleitoral Desde que se vêem no poleiro São atacados de amnésia total Desde o último até ao primeiro Vão-se curar em banquetes, numa social Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Dão nas vistas em qualquer lugar Jogando com as palavras como ninguém Sabem como hão-de contornar As mais diretas perguntas Aproveitam todo o espaço Que lhes oferecem na rádio e nos jornais E falam com desembaraço Como se fossem formados em falar demais Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira Demagogia feita à maneira É como queijo numa ratoeira... A BRIGADA É PELA DEMOCRACIA PLURAL ABRANGENTE E ANDA ATENTA