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Toda a brigada tem um cabo... todo o cabo pode chegar a Imperador... todo o Imperador pode mudar o destino de uma nação ... todas as nações podem mudar o destino do mundo ou não...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

HOJE NÃO VOU POR AÍ

É um dado adquirido, que todos (ou quase todos) queremos um ambiente melhor. Que todos (ou quase todos) queremos que o C02 e as respectivas quotas sejam cumpridas. Queremos (todos ou quase todos) não pagar as respectivas multas, mas hoje não vou por aí .

Mas tenho de dizer que queremos todos ( ou quase todos, pois tenho sérias dúvidas quanto à intenção de alguns), que o planeta sobreviva com uma biodiversidade, e que essa biodiversidade inclua os seres humanos, por mais algum tempo, mas isso são temas ecológicos, e eu não quero ir por aí.

Como já tive oportunidade de dizer, ando quase todos os dias de Comboio. Linha Cais do Sodré-Cascais, bom é só conhecida por linha de Cascais, porque será?

Talvez porque o Cais do Sodré, seja mais dado a Meretrizes e Cascais ás Tias... bom poderia ir por aqui e fazer piadas fáceis, mas não quero ir por aí.

Andam os políticos e os ecologistas à muito a "bombardear" autênticamente com o "Deixemos o carro em casa" ou melhor na garagem, digo eu, e vamos todos para escola, para o trabalho ou para onde quer que seja, nem que seja para o fim do mundo de transportes públicos, mas eu não quero ir por aí.

Por acaso, fim do mundo é um bairro no concelho de Cascais, que se chama mesmo assim, fim do mundo, porque é um bairro que faz jus ao nome, ao contrário do resto do país cujo o problema é o fim do mês principalmente os últimos 29 dias, mas definitivamente também não quero ir por aí.

Mas já que falamos de Transportes públicos, o que são?

Algo que o José Povo conhece muito bem, pois anda neles todos os dias algo que os ecologistas acham que é o transporte ideal quando vêem passar do seu carrito pago a prestações e algo que os políticos mudam de nome e lhes chamam transportes púdicos, por isso não andam neles, mas eu não quero ir por aí.

Já agora, tratei o cidadão por José Povo, sim porque isto de tratar o zé povinho tutu lá, tem de acabar, é por causa destes abusos que os tipos fazem o que querem de nós, mas não quero ir por aí.

Então por onde é que eu quero ir?

Ninguém tem nada a ver com isso, nem eu, e eu não quero ir por aí.

Aliás não há caminho faz-se o caminho andado.

Eu vou por onde quero, ponto final... afinal isto é uma Democracia ou não?

Não, hoje não vou por aí.


Cântico negro - José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Há cargas, fantásticas não há?

3 comentários:

Luís Alves de Fraga disse...

E faz muito bem em não ir por aí!

Sabe porquê? Não sabe? Eu explico!
É que, com os transportes públicos que o Sr. José Povo tem ao seu dispor (e o meu caro amigo é, de certeza, parente do senhor José) chega sempre depois da hora. Assim sendo, ou vai a pé (o mesmo é dizer, montado nos calcantes) ou vai no seu pópó (que não tem, mas vai ter quando ganhar muito bem)... E depois diz, com ar empertigado: - Oh CO2, não vás por aí!!!

Op.Louca disse...

Gostei da escolha desse Poema... Cântico Negro...Muito bonito, até que enfim estamos em sintonia em alguma coisa...Ahaha

Ulha-me este " Caramelo" a dizer que:
"HOJE NÃO VOU POR AÍ"

Ora essa...não vais, não vais, mas não me voltes a pedir para te voltar a " conduzir " para onde quer que seja!!! :P
Agora amuei...estou de beicinho ( Tipo trombetas de elefante ), portanto é mesmo melhor que não venhas por aqui, senão ainda acabas por levar uma " Trombada" ; )

Cabo Napol "eao" disse...

POis mas eu faço qiase sempre o que digo, e se não tenho p´pó é porque não quero . Preocupo-me mesmo com o futuro... e bemque isso custa..ai custa....mas se calhar qualquer dia tenho uma conversinha com o CO2