Nota de 1 euro
Quem
é do povo e no meio dele anda, ouve com frequencia dizer que desde que foi
feita a mudança para o euro o dinheiro já não chega, ou então que o dinheiro já
não vale nada, ou ainda que os bens de
consumo aumentaram, são algumas acusações feitas à “nova moeda” que os
portugueses fazem e curiosamente também outros povos europeus fazem a mesma
acusação, basta andarmos pela Europa e as observações são as mesmas.
Se
um português for a Marrocos aos mercados, sente-se como alguém que enriqueceu
repentinamente, pois o que nós ganhamos e o valor do euro, comparado com os
preços praticados lá e cá, faz-nos sentir uns autênticos “patrões”. O mesmo
acontece quando os povos do norte, se deslocam ao sul ou seja a Portugal e a
Espanha, têm a mesma sensação.
Já
que ainda não atingimos a fase de termos salários iguais, impostos iguais,
descontos iguais e benefícios iguais, desde o norte ao sul da Europa, o que
verificamos com a introdução do Euro foi um baixar repentino de poder de compra
e a sensação (real) que temos menos dinheiro, e assim se queixam os povos do
norte e os dos sul.
Será
que os povos têm intrínseca e realmente razão quando produzem estas acusações?
Será
que ainda não nos conseguimos adaptar à nova moeda, passados tantos anos?
Será
que este não foi um passo político-económico dado cedo de mais?
Será
que o euro não vale mesmo nada?
Será
que houve abuso dos agentes económicos na subida do preço dos bens de consumo e
uma omissão dos governos no seu papel fiscalizador?
Ou
será que terá sido um pouco de tudo?
Vejamos
o Euro desde a sua génese foi progredindo e conseguiu ultrapassar e estar mais
forte que o dólar, ultimamente com alguns avanços e recuos, mas lá se tem
mantido à frente.
Por
outro lado o dólar era uma moeda de referência nas trocas internacionais, continua
a ser uma moeda forte, mas e consequentemente se o Euro está cotado acima do
Dólar cai assim por terra o argumento que o povo diz que o Euro nada vale.
Portanto,
chegamos à conclusão, que o Euro é uma forte moeda.
Mas
o facto é que para os “donos do euro” o Euro nos seus bolsos esvai-se com uma
velocidade vertiginosa, então o que se passa?
Qual
a razão deste fenómeno?
Os
políticos e os agentes dos bancos centrais nacionais, assim como as entidades
reguladoras e fiscalizadoras dos Estados, não tiveram em linha de conta (ou se
tiveram ignoraram aquilo que demais era evidente aos olhos de todos), aquilo que
é um princípio mais que evidente ou seja “MOEDA NOVA, PREÇOS NOVOS”.
Aos
povos da Europa de nada lhes valeu dizer que as autoridades iam estar atentas,
porque a inflação aconteceu e eles nada fizeram…nem fazem.
A
adaptabilidade a uma nova moeda custa-nos a todos, até mesmo aos agentes do
Estado, principalmente aos agentes do Estado e ainda mais a Estados com o um
déficit de fiscalização acentuado.
Os
agentes do Estado não tiveram ou não quiseram saber da tentação mais que
evidente dos comerciantes fazerem os arredondamentos...
Os
arredondamentos foram efectuados, era inevitável que isso acontecesse,
principalmente com a ausência de fiscalização, e com a política estúpida de “Os
mercados auto-regulam-se”.
Coo
sabemos os mercados apanharam-se em roda livre, e quanto à política do
arredondamento dos preços estes sempre foram arredondados para cima e nunca
para baixo.
Esta
atitude dos agentes económicos foi “à grande” e foi real (a crise já se
prolonga à muito tempo e esta era uma oportunidade de arrecadar mais uns
trocados seguindo assim a teoria do “Tio Patinhas” “de tostão a tostão se chega
ao milhão”, esta “fobia” de acertos dos agentes comerciais levou a que o índice
inflacionário subisse.
Os
exemplos desta atitude são mais que muitos, ilustremos com um exemplo rápido:
Em
Portugal um café antes da entrada da Moeda Euro estava a entre 75 e 80 escudos,
ou seja, fazendo a conversão estava entre 35 e 40 cêntimos. Sabendo que por
este preço o café já dava lucro ao comerciante entre os 800 a 1000%. Hoje, dia
seguinte à entrada do Euro, a bica está entre 50 a 70 centimos, ou seja entre 100
a 140 escudos, e é previsível que com o desprezo generalizado pelas moedas
“menores” que dentro em breve quem quiser beber café vá pagar 1 euro.
Mesmo
sabendo que a matéria-prima aumentou também na origem, os lucros para os
comerciantes subiram substancialmente, mas os salários ficaram todos na mesma,
e foram arredondados até à décima, sempre para baixo nunca para cima.
E
isto aplica-se a todos os ramos do sector económico/comercial, exceptuando como
já disse aos nossos ordenados que vêem certos até ao último cêntimo.
Estamos
perante uma questão monetariamente psicológica, ou seja a falta de visão dos
economistas e/ou dos tecnocratas que fizeram o Euro, eles induziram-nos, consciente ou inconscientemente
(quer tenha sido por falta de orientação superior correcta, quer por sua
iniciativa), que agora éramos ricos e que podíamos gastar/esbanjar a nova
moeda, e nós, o povo, até conseguirmos aprender e apreender que essa indução é
falaciosa, longo vai ser o nosso percurso e curta vai ser a nossa carteira.
Mas,
a verdade é que com um pouco mais de trabalho de casa poderiamos ter poupado
milhares ou milhões de Euros às famílias europeias. E poderíamos ter jogado ao
nível psicológico, mesmo indirectamtente.
Porque
psicológicamente?
Porque,
e não se sabe a razão, só sabemos que ela existe, o Papel-Moeda para nós cidadão
tem mais valor que as moedas metálicas, ou seja, um cidadão desfaz-se mais
facilmente da moeda metálica do que do papel-moeda.
Quando
temos na mão papel-moeda, e temos de efectuar um qualquer pagamento para uma
quantia não certa, é usual ficarmos sempre à espera de troco, mas se fizermos o
pagamento com moedas (talvez por pesarem no bolso) temos maioritariamente a tendência
de não ficarmos à espera de receber troco, nem ligar muito a isso...a não ser
nas moedas de valor maior que era o caso antigamente das moedas de 100 ou 200
escudos.
Se
recuarmos e nos recordarmos da nossa antiga moeda, sabemos que a unidade base do
sistema Monetário Português no tempo do escudo era a moeda de 1$00. Ao
abdicarmos de parte da nossa soberania e ao mudarmos para uma Moeda Mais Forte,
e nos tivemos de adaptar para o sistema Euro. a base monetária passou a ser a unidade Euro
(1,00 €). E ao mudar,era necessário fazer a necessária conversão, sendo que 1
euro corresponde a 200 escudos...ou seja 1 euro são 200 moedas de 1$.
Mas
de repente 200 moedas de 1 escudo era igual a 1,00 €, ou seja se tínhamos 1
moeda de 200$ e pagávamos algo, nós queríamos o troco, pois sabíamos e tínhamos
noção do valor da moeda.
Agora
ainda não temos bem a noção do valor da
moeda (ainda se encontra muita gente a fazer contas com escudos, e por mais que
queiram introduzir teorias que não pode ser, não se pode impor a linha do
pensamento a quem não se consegue adaptar), e isto é difícil não só para quem
não quer aceitar, mas também para quem já aceitou fazer a conversão, sim, mesmo
ao fim destes anos todos… É que uma unidade é sempre uma unidade, e nós ainda
estamos “reféns” da unidade escudo, como os alemães do marco, os franceses do
franco, etc.. sim porque esta e a
tendência de pensar assim, não é exclusiva dos portugueses, todos os povos
europeus com euro se queixam, e assim vai continuar a menos que algo seja feito.
É
que com este ainda “novo Euro”, o nosso poder aquisitivo (português) tornou-se teoricamente duzentas vezes superior.
E quer queiramos quer não, o facto é que, psicologicamente ainda não nos adaptamos
a esta nova moeda, e dá a sensação que
ou sofremos de novo riquismo ou de esbanjamento primário ou (que é o mais
correcto afirmar) não estamos a interiorizar bem o valor da nova moeda.
É
verdade que esta prolongada crise, faz-nos contar os tostões, mas esmo assim
não foi o suficiente, aliás com a medida que proponho a crise tinha sido mais
atenuada.
Quando
foi a introdução do Euro, os políticos da Europa inteira disseram-nos que se os
preços aumentassem o povo reagiria e eles baixariam. Isto é tudo muito bonito
na teoria, mas o hábito pouco enraizado de protestar com razão que nós não
temos ... (isto porque sem razão somos bons a protestar), a falta de
fiscalização, a política de liberalização de preços, levou a que chegássemos a
este ponto, ou seja os preços a aumentarem em toda a Europa, houve alguns
protestos, mas…os políticos não ligaram.
1
é sempre 1 em qualquer lado, e se 1 é uma moeda, psicologicamente é mais displicente
gastar esse 1 do que gastar 200.
Se
esse 1 for 1 moeda, ela vai pesar no bolso, e como disse atrás não se sabe a
razão, a nossa apetência é gastá-lo e não pedir troco.
Mas...e
se esse 1 em vez de moeda fosse uma nota?
Como
eu proponho e também nos propõem entre outros os Italianos?
Sim,
não sou o único a pensar nisto.
O
factor psicológico de temos uma nota no bolso, ia pesar nos nossos gastos, e no
nosso “pedir troco”.
Nós,
que somos excelentes a copiar os EUA, era bom copiar a nota de Dólar, sim eles
têm a nota de Dólar. O dólar que é mais barato que o Euro... os americanos têm
o seu “buck” (1 dólar em papel moeda), a sua nota de dólar....porque não copiar
esse bom exemplo americano? (será que não copiamos por não ser veiculado por
qualquer cadeia de fast food ou multinacional?)
Psicologicamente
temos mais dificuldade em nos desfazer de notas do que de moedas... moedas
essas que estamos sempre a querer aliviar os bolsos...
Está
na altura de os politicos portugueses deixarem de ser provincianos, e
preocuparem-se com algo que implementado iria beneficiar a todos.
Sim,
está na altura de pedirmos à Europa, a nota de 1 Euro, e fazer ver que esta é
necessária e precisa, e é urgente, pois os orçamentos familiares reclamam-no e
agradecem.
Façamos
pressão sobre o governo para que este tome posição na Europa, e faça a
proposta.
Que
os Portugueses proponham no conselho o “buck” europeu… será que demora muito ou
teremos de fazer uma petição à união pelo papel moeda de 1 euro?
É
que como diz Manuel Machado “«Um vintém é um vintém,
um cretino é um cretino», e se não tomarmos esta medida estaremos a ser
cretinos.
Juntemo-nos
aos italianos e aos outros que já sobre isto pensaram e propuseram... (ja que
nos juntámos para dar carros à GNR para o Iraque... porque não por algo mais
pacífico e que era bom para todos).
E tu tens troco de 1 euro ou não dás troco a isto?
A BRIGADA É A FAVOR DO EURO COM REGRAS. A BRIGADA LUTA PARA QUE OS POVOS DA EUROPA FIQUEM BEM MONETARIAMENTE.
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