Diz o ditado “ Dá Deus nozes a
quem não tem dentes”.
Lisboa, Porto, Coimbra (só para
citar 3 grandes cidades) possuem uma frente ribeirinha invejável, que, se fosse
noutros países mais civilizados, já tinha potenciado e aproveitado o Rio que
pela sua cidade passa.
Temos um clima espectacular, cada vez menos certo, mas que
permite que sejam aproveitadas as potencialidades dos rios que essas cidades
banham.
O Tejo por exemplo, é aproveitado para a parte comercial,
entrada e saída de navios de mercadorias e passageiros, serve para as
travessias entre margens, e, de quando em quando para uma regata, ou algum evento
esporádico que aproveite as águas do tejo.
Já o Mondego ou o Douro tem menos aproveitamento, apesar de
no Douro se fazer um aproveitamento turístico, pouco mais além se vai.
Vejamos por exemplo as margens do Sena, ele é pintores, ele
é artistas de rua, ele é um rio com uma espécie de 2 margens uma em cima onde
se pode passear, e outra em baixo com uma série de anfiteatros, onde se fazem
workshops de dança, pintura, onde se toca música.
O Rio Tamisa, é aproveitado por quem faz desporto náutico,
onde é frequente ver cidadãos a fazer canoagem ou remo.
Na Suécia, nos seus lagos e rios, é aproveitado pelos seus
cidadãos para velejar.
É altura de mudar o paradigma, e sairmos de casa e dos
centros comerciais, e aproveitarmos o que a Natureza nos proporciona.
Nas Margens dos nossos rios, os nossos pintores, os nossos
artistas ou aspirantes a artistas, poderiam ensaiar, pintar, dar largas à sua
imaginação, de modo a que tornasse o rio ainda mais colorido.
É certo que já fizeram partes de circuitos para bicicletas e
corrida, mas são os hábitos, o nosso maldito hábito de ir para centros
comerciais, ficar em casa e não usufruir do que temos que tem de ser também
mudado.
É certo que, em algumas partes das margens do rio, existem
concentrações de bares, restaurantes, cafés, mas a extensão é tão grande que
mesmo assim, se torna justificável, existirem ,mais bares, cafés e restaurantes
à beira rio, e estamos a falar ade todas as margens dos principais rios portugueses.
Temos de chamar mais turismo, mas também temos de acarinhar
mais os locais, os nados e criados na nossa terra.
E não é só fazer empreendimentos, lojas e casas para acolher
estrangeiros, mas, também, e principalmente tratar bem os nossos.
Nas Margens do rio existem jardins, e estes pouco mais têm (
e bem) que árvores, relva e bancos.
É necessário dar imprimir mais cultura e lazer nos nossos
jardins, temos de ter esculturas, estátuas e outras obras que identifiquem
enriqueçam, atraiam visitantes que querem ir ali aquele local para ver
especificamente determinada característica que aquele jardim à beira rio
possui.
Colocar jogos gigantescos de Xadrez. Damas, Dominó, 4 em
linha , etc… , nos jardins é outra mais valia.
Não me esqueço que num jardim da Suiça, passei quase uma
hora a olhar para um jogo gigante de xadrez, onde 2 adversários se enfrentavam.
A situação foi para mim particularmente engraçada, pois um dos cidadãos começou
um jogo sozinho mexendo um peão, passados uns minutos chegou outro e respondeu
aquele movimento, estiveram ambos a jogar durante 10 minutos um foi-se embora,
e outro cidadão chegou e continuou o jogo dele.
Os nossos rios têm capacidade, fluxo, dimensão e condições,
para que todos os dias existam cidadãos a usufruir dessa benesse.
Dou um exemplo: O desporto escolar, muitas vezes confinado
às escola, deveria incentivar professores e alunos a ter aulas de remo, natação
(nos que não estão poluídos), vela, canoagem e outros deportos aquáticos, a
utilizarem e usufruírem destes magníficos espaços.
O Tamisa tem a mítica regata, Oxford –Cambridge, que vemos
todos os anos na TV, é verdade que esta tradição já vem crescendo desde 10 Junho
de 1829, mas alguém teve de começar para que isto acontecesse, alguém, com
visão deu importância ao desporto escolar/universitário para que agora tenhamos
uma tradição desportiva.
Devíamos começar a nossa tradição, temos um rio com
condições iguais ou melhores que o Tamisa.
Devíamos começar a utilizar mais os nossos rios com
desportos náuticos, as nossas margens dos rios com mais culturas, e mais cafés/restaurantes,
na justa medida que não prejudiquem a paisagem e o bem estar, ou seja não sejam
demasiados nem estejam demasiado próximos uns dos outros, e também que não
estejam afastados demasiado, que se tenha de andar kilometros para se encontrar
um e descansar.
Camões já o dizia (não directamente) que as margens de um
rio são inspiradoras.
O aproveitar do potencial das margens e do rio, dá mais qualidade
de vida a todos os que lhe estejam próximos, e dá mais vida às cidades e vilas
que por eles são banhados, gera receita, gera felicidade, gera bem-estar.
Temos o material, temos a mão-de –obra, temos a ideia, temos
a vontade só falta começar.
É que se não o fizermos, damos razão ao ditado " Dá Deus nozes a quem não tem dentes", e nós temos dentes e temos nozes.
A BRIGADA É DE CAVALARIA MAS SABE NADAR
Fausto :
Por este rio acima
Letra e música: Fausto
In: Por este rio acima/gravado em 82
In: Por este rio acima/gravado em 82
Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima
Por este rio acima
Os barcos vão pintados
De muitas pinturas
Descrevem varandas
E os cabelos de Inês
Desenham memórias
Ao longo da água
Bosques enfeitiçados
Soutos laranjeiras
Campinas de trigo
Amores repartidos
Afagam as dores
Quando são sentidos
Monstros adormecidos
Na esfera do fogo
Como nasce a paz
Por este rio acima
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
isto que é de uns
Também é de outros
Não é mais nem menos
Nascidos foram todos
Do suor da fêmea
Do calor do macho
Aquilo que uns tratam
Não hão-de tratar
Outros de outra coisa
Pois o que vende o fresco
Não vende o salgado
Nem também o seco
Na terra em harmonia
Perfeita e suave
das margens do rio
Por este rio acima
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima
Por este rio acima
Os barcos vão pintados
De muitas pinturas
Descrevem varandas
E os cabelos de Inês
Desenham memórias
Ao longo da água
Bosques enfeitiçados
Soutos laranjeiras
Campinas de trigo
Amores repartidos
Afagam as dores
Quando são sentidos
Monstros adormecidos
Na esfera do fogo
Como nasce a paz
Por este rio acima
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
isto que é de uns
Também é de outros
Não é mais nem menos
Nascidos foram todos
Do suor da fêmea
Do calor do macho
Aquilo que uns tratam
Não hão-de tratar
Outros de outra coisa
Pois o que vende o fresco
Não vende o salgado
Nem também o seco
Na terra em harmonia
Perfeita e suave
das margens do rio
Por este rio acima
Meu sonho
Quanto eu te quero
Eu nem sei
Eu nem sei
Fica um bocadinho mais
Que eu também
Que eu também
meu bem
Por este rio acima
Deixando para trás
A côncava funda
Da casa do fumo
Cheguei perto do sonho
Flutuando nas águas
Dos rios dos céus
Escorre o gengibre e o mel
Sedas porcelanas
Pimenta e canela
Recebendo ofertas
De músicas suaves
Em nossas orelhas
leve como o ar
A terra a navegar
Meu bem como eu vou
Por este rio acima
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